Influenciadores sem formação podem sofrer limites na internet: entenda o que muda

Justiça brasileira discute regras para evitar que pessoas sem diploma deem orientações profissionais em áreas sensíveis como saúde e direito.

O mundo das redes sociais está prestes a passar por uma transformação importante que pode mudar a forma como consumimos conteúdo. A justiça brasileira começou a olhar com mais atenção para os influenciadores digitais que dão conselhos técnicos ou profissionais sem possuir a formação necessária para isso. É o famoso “palpite” que, na internet, ganha proporções gigantescas.

Hoje em dia, basta abrir um aplicativo para encontrar alguém ensinando dietas milagrosas, receitando treinos pesados ou dando orientações jurídicas complexas. O problema é que, muitas vezes, essas pessoas não têm diploma ou registro em conselhos de classe. Esse movimento levanta um alerta sobre o exercício ilegal da profissão no ambiente virtual.

A preocupação não é censurar ninguém, mas sim garantir a segurança de quem está do outro lado da tela. Seguir uma dica de saúde errada ou uma orientação financeira sem base técnica pode causar prejuízos reais na vida dos seguidores. Por isso, tribunais e conselhos profissionais estão unindo forças para colocar limites nessa atuação.

Informações importantes como estas mostram que a internet não é uma “terra sem lei”. Tudo sobre o Brasil e o mundo você acompanha aqui, de forma clara e direta, para entender como as novas regras podem impactar o que você vê no seu feed diariamente.

O risco dos conselhos profissionais sem diploma

Quando um influenciador usa sua audiência para prescrever comportamentos que seriam de competência exclusiva de um médico, nutricionista ou advogado, ele entra em um terreno perigoso. A legislação brasileira é clara: certas atividades exigem formação técnica e fiscalização de conselhos, como o CRM ou a OAB.

O risco é que o seguidor, por confiar na imagem de sucesso do influenciador, deixe de procurar um especialista real. Em áreas como a nutrição, por exemplo, dietas restritivas passadas por leigos podem levar a distúrbios alimentares ou carências nutricionais graves. No direito, um conselho errado pode fazer alguém perder prazos judiciais ou direitos importantes.

A justiça tem entendido que a liberdade de expressão não dá o direito de exercer uma profissão para a qual não se está habilitado. Por isso, já existem processos que determinam a remoção de conteúdos e até a proibição de que certos perfis falem sobre determinados assuntos técnicos.

O papel dos conselhos de classe na fiscalização

Conselhos como o de Educação Física (CONFEF) e o de Psicologia estão cada vez mais ativos no monitoramento das redes sociais. Eles recebem denúncias e verificam se o criador de conteúdo está ultrapassando o limite entre a “experiência pessoal” e a “orientação profissional”.

Há uma diferença grande entre alguém dizer “eu gosto de correr pela manhã” e “você deve fazer este exercício para emagrecer”. O primeiro é um relato pessoal, o segundo é uma prescrição de treinamento. É justamente nessa linha tênue que os órgãos fiscalizadores estão focando para evitar abusos.

Essas entidades argumentam que o diploma não é apenas um pedaço de papel, mas uma garantia de que aquele profissional passou por anos de estudo e está sujeito a um código de ética. Se um profissional formado erra, ele pode ser punido pelo seu conselho. Já com um influenciador leigo, a punição é muito mais difícil e demorada.

Como identificar se a informação é confiável

Com tanto conteúdo disponível, cabe ao usuário desenvolver um olhar crítico sobre o que consome. Uma dica prática é sempre verificar se o influenciador cita fontes científicas ou se possui registro profissional visível na bio do perfil. Profissionais sérios costumam deixar claro o seu número de registro (como o CRM, CRP ou CREF).

Desconfie de promessas muito rápidas ou curas milagrosas para problemas complexos. Se a orientação parece simples demais para algo que normalmente exige consulta presencial e exames, as chances de ser uma informação perigosa são altas. A saúde e o patrimônio são coisas sérias que não devem ser entregues a quem apenas “acha” que sabe.

Informações úteis como estas ajudam a proteger você e sua família de cair em ciladas digitais. Valorizar o conhecimento de quem estudou para exercer uma função é a melhor forma de garantir que a internet continue sendo um lugar de aprendizado e diversão, sem colocar ninguém em perigo.

O futuro da criação de conteúdo no Brasil

A tendência é que as plataformas de redes sociais também criem mecanismos de verificação mais rígidos para áreas sensíveis. Assim como já acontece com selos de verificação de identidade, poderemos ver selos de qualificação profissional para garantir que quem fala sobre saúde, por exemplo, é realmente um especialista.

Essa regulamentação, que está sendo desenhada pela justiça e pelo legislativo, busca criar um ambiente digital mais ético. Para os influenciadores, o recado é claro: a criatividade é livre, mas a responsabilidade técnica deve ser respeitada. Compartilhar a rotina é ótimo, mas dar aula ou prescrever tratamentos sem formação pode render multas pesadas e o fechamento do canal.

No fim das contas, quem ganha é o consumidor, que passará a ter acesso a informações com mais qualidade e procedência. Afinal, no mundo real ou no digital, a ética e o respeito às profissões devem caminhar juntos para o bem de toda a sociedade.