PT fortalece núcleos de base em busca de vitória no Congresso

PT Inicia Reestruturação com Olho em 2026

O Partido dos Trabalhadores (PT) conta atualmente com 2,9 milhões de filiados e uma estrutura consolidada. No entanto, a direção nacional considera necessário um impulso para revitalizar a sigla. A primeira etapa desse processo de reformulação foi apresentada em um documento interno no dia 7 de dezembro e será discutida durante o 8º Congresso Nacional, previsto para abril deste ano.

A principal meta do PT é aumentar sua presença nos bairros e municípios, reforçando a capilaridade do partido. Hoje, a sigla possui 4.865 dirigentes em diretórios municipais e estaduais, mas pretende expandir essa rede, construindo núcleos de base compostos por pelo menos nove filiados. Esses núcleos serão organizados de acordo com a geografia, atividade profissional, movimentos sociais, estudantis ou áreas de interesse.

Para entender a importância dessa estratégia, o PT observa o sucesso de partidos de esquerda em países vizinhos. No Uruguai, a Frente Ampla criou comitês de base que garantiram não apenas a vitória nas eleições presidenciais, mas também a maioria nas casas legislativas. Essa forte presença territorial é um elemento central na estratégia do PT para as eleições de 2026. Similarmente, no México, o Movimento Regeneração Nacional (Morena) fortaleceu sua atuação ao estabelecer comitês em áreas eleitorais, o que resultou em duas vitórias presidenciais consecutivas.

O presidente do PT, Edinho Silva, destacou que é essencial conquistar o apoio dos jovens que vivem nas periferias. Este grupo se caracteriza como uma nova classe trabalhadora, que inclui profissionais que atuam em plataformas de transporte e entrega. Silva afirma que a presença do PT nesses territórios é fundamental para dialogar com essa nova classe e atender suas demandas.

À medida que se aproxima das eleições, o PT se depara com desafios significativos. Para 2026, o objetivo é lançar candidaturas sempre que possível, buscando aumentar seu número de governadores e prefeitos, o que ajudaria a expandir sua representação política. A sigla reconhece que sua presença no Congresso ainda é uma fraqueza, visto que a aprovação de projetos muitas vezes exige alianças com partidos de direita.

Silva também comentou sobre a necessidade de alianças, incluindo com alguns partidos que fazem parte do governo atual. Ele reconheceu as críticas à aproximação com legendas do centrão, mas acredita que essa é uma realidade a ser administrada no contexto atual.

A estratégia de alianças do PT será ajustada conforme as características regionais de cada estado. No entanto, Edinho ressaltou que não haverá negociações com a extrema direita.

Na corrida pela presidência em 2026, o partido pretende destacar as conquistas do governo de Lula, como melhoras na economia e a retomada de programas sociais. A segurança pública será um dos temas centrais, já que pesquisas apontam que este é um dos assuntos mais preocupantes para os eleitores.

Além do foco em segurança, o PT planeja abordar questões como renda, custo de vida, moradia e mobilidade urbana. O partido também articula reformas estruturais e políticas voltadas para garantir direitos e promover o desenvolvimento.

Um dos maiores desafios do PT será preparar uma nova geração de líderes, já que, com a possível reeleição de Lula em 2026, ele não poderá mais se candidatar a partir de 2030. Edinho expressou confiança na capacidade do PT em encontrar novos líderesregionais, mencionando nomes como Camilo Santana, Jaques Wagner, e Rafael Fonteles, que podem ser fundamentais na transição para as futuras eleições.