Padrasto é preso por abuso e agenciamento de violência contra enteada

Curitiba – Denúncia de Abuso Sexual Choca e Mobiliza Justiça

Uma grave denúncia foi feita contra um homem que abusou sexualmente de sua enteada por 22 anos, totalizando mais de 70 casos de violência. Segundo a acusação, o padrasto não apenas cometeu os abusos diretamente, mas também teria pago homens para que abusassem da jovem, que ainda era adolescente na época. Os encontros eram agendados por meio de um site e ocorriam na casa da família e em motéis na cidade de Araucária, localizada na Região Metropolitana de Curitiba.

O Ministério Público do Paraná apresentou uma denúncia formal, e o homem responderá a uma série de acusações, incluindo:

  • Estupro no âmbito da Lei Maria da Penha;
  • Estupro de vulnerável
  • Estupro coletivo;
  • Registro não autorizado da intimidade sexual;
  • Perseguição;
  • Dano emocional;
  • Cárcere privado qualificado.

A vítima, que agora tem 29 anos, relatou que foi abusada desde os sete anos e que, em pelo menos 50 dessas ocorrências, tinha menos de 14 anos, o que configura legalmente o crime de estupro de vulnerável. Segundo informações do delegado Eduardo Kruger, as agressões começaram enquanto a família residia em Rio Negrinho, em Santa Catarina, e continuaram após a mudança para Araucária quatro anos depois.

A situação se agravou quando a jovem completou 14 anos. O padrasto a forçou a se relacionar sexualmente com outros homens e documentou esses abusos. Caso os homens não se satisfizessem, a jovem ainda era agredida. Em decorrência dos constantes abusos, a vítima engravidou aos 15 anos, e o homem se divorciou da mãe dela, obrigando-a a se casar com ele ao completar 16 anos.

Após o casamento, a jovem teve mais dois filhos, mas os abusos continuaram. O padrasto mantinha vigilância constante sobre ela, inclusive monitorando seu celular e o dia a dia em casa. Ele chegou a proibir o uso de métodos contraceptivos, expressando o desejo de que ela engravidasse novamente, possivelmente com a intenção de que a criança fosse alvo de novas violências.

A vítima também relatou que, durante depoimentos à Polícia Civil, seu marido a ameaçou, ligando diversas vezes e enviando mensagens intimidatórias, o que levou à sua prisão em flagrante, sob acusação de perseguição e violência psicológica. A Justiça acatou o pedido da Polícia Civil e converteu a prisão em preventiva, além de conceder uma medida protetiva à vítima.

Por fim, uma das filhas do homem expressou que ele é "perigoso" e não deve ter contato com a sociedade. As investigações ainda estão em andamento, e o delegado Kruger acredita que ele pode enfrentar uma pena superior a 100 anos de prisão.