Suspeito de matar PM em Campo Grande é liberado

Um homem acusado de envolvimento na morte do policial militar Wallace Cardoso de Carvalho, ocorrida em março de 2005, evitou a prisão após decisão judicial que reconheceu a prescrição do caso. O juiz Aluízio Pereira dos Santos determinou que o crime não poderia mais ser punido, após se passarem 20 anos desde o recebimento da denúncia.

O homicídio aconteceu no dia 13 de março de 2005, no Bairro Bonanza, em Campo Grande. Wallace foi atingido por um tiro quando chegava em casa, após uma discussão relacionada à venda de um imóvel. Um dos acusados, Michel Braga Kohiyama, nunca foi encontrado e permaneceu foragido desde então. Outra pessoa envolvida, Ivan Lopes de Andrade, foi detida nove anos depois e forneceu detalhes sobre o crime.

Os advogados de Michel solicitaram a extinção da punibilidade em junho deste ano, argumentando que, conforme a legislação, o crime prescreveu em 16 de junho. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul apoiou o pedido, levando o juiz a concluir que passou tempo suficiente desde o recebimento da denúncia para que a ação penal não pudesse mais ser executada.

Com a decisão, além de declarar a prescrição, o juiz emitiu ordens para que mandados de prisão fossem cancelados e determinou a destruição de objetos apreendidos durante a investigação.

O crime teve início em um bar, onde os acusados e a vítima discutiram sobre a venda de uma casa. Após a discussão, Michel e Ivan deixaram o local. Wallace, ao retornar para casa mais tarde, foi surpreendido por um tiro. A esposa dele relatou que viu Ivan e outro acusado, conhecido como Japonês, esperando por Wallace atrás de uma mureta.

Esse desfecho levanta questionamentos sobre a efetividade do sistema penal em casos com acusações de grande gravidade, já que uma possibilidade de punição foi perdida após o longo período de prescrição.