Serviços atingem recorde em maio pelo quarto mês seguido

Em maio, o volume de serviços no Brasil registrou um crescimento de 0,1% em relação ao mês anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse desempenho foi puxado principalmente pelos serviços profissionais, que ajudaram o setor a atingir o mesmo nível histórico máximo visto em outubro de 2024. Além disso, o volume de serviços permanece 17,5% acima do que era antes da pandemia.

Quando analisamos o setor ao longo de um ano, houve um crescimento de 3,6%. Este é o 14º mês consecutivo com taxas positivas. No acumulado do ano até maio, o aumento foi de 2,5%. Nos últimos doze meses, o crescimento se acelerou, passando de 2,7% em abril para 3% em maio.

O economista Maykon Douglas apontou que os resultados de maio superaram os de abril e que houve um aumento em mais setores. Ele também mencionou uma correção para cima nos números de abril.

Estes dados revelam um "carry-over" de 0,9% para o segundo trimestre, o que indica que há um espaço positivo para os resultados de junho. No entanto, Douglas ressalta dois pontos que merecem atenção: a queda nos serviços prestados às famílias, que impacta diretamente o PIB e pode afetar o consumo, e a desaceleração esperada no setor de serviços, influenciada pela política monetária mais rigorosa, embora essa desaceleração tenha sido menor do que o previsto.

Serviços profissionais impulsionam o crescimento

O aumento de 0,1% nos serviços em maio foi apoiado por três das cinco categorias avaliadas:

  • Serviços profissionais, administrativos e complementares: cresceram 0,9%, com um avanço de 2,9% entre fevereiro e maio.

  • Outros serviços: aumentaram 1,5%, recuperando parte da queda de 2,1% nos meses anteriores.

  • Informação e comunicação: subiram 0,4%, marcando o segundo crescimento consecutivo.

Por outro lado, o setor de Transportes teve uma queda de 0,3%, revertendo parte do ganho de 3,1% que havia sido acumulado entre fevereiro e abril. Existem também os Serviços prestados às famílias, que recuaram 0,6%, marcando a segunda queda seguida e uma perda total de 0,7%.

Média móvel trimestral

Analisando a média móvel trimestral, o setor de serviços cresceu 0,3% até maio. O aumento foi puxado principalmente pelo setor de Transportes (+0,7%), seguido pelos Serviços profissionais, administrativos e complementares (+0,5%) e Serviços prestados às famílias (+0,3%). Já os setores de informação e comunicação tiveram um recuo de 0,2% e os outros serviços diminuíram também em 0,2%.

Desempenho anual do setor

Em comparação com maio de 2024, quatro das cinco categorias registraram crescimento. Os principais destaques foram:

  • Informação e comunicação: cresceu 6,2%, com ênfase em portais, serviços de internet e desenvolvimento de softwares.

  • Transportes e correio: subiram 3,2%, com crescimento em áreas como transporte aéreo e operação de aeroportos.

  • Serviços profissionais e administrativos: aumentaram 3,9%, com destaque para publicidade e consultorias.

  • Serviços prestados às famílias: cresceram 2,1%, beneficiados por hotéis e alimentação.

O único setor em queda foi o de outros serviços, que registrou uma redução de 1,4%.

Volume de serviços por região

Em termos regionais, apenas 9 das 27 unidades federativas do Brasil apresentaram crescimento em maio, refletindo a leve aumento nacional. Entre as que se destacaram positivamente, estão São Paulo (+0,8%), Rio de Janeiro (+1,8%), Mato Grosso (+2,5%) e Minas Gerais (+0,5%). Por outro lado, as maiores quedas foram em Pernambuco (-3,9%) e no Distrito Federal (-3,2%).

Analisando o cenário anual, 21 estados tiveram crescimento, com os maiores avanços em São Paulo (+5,6%) e Santa Catarina (+5,7%). As quedas mais acentuadas ocorreram no Rio Grande do Sul (-9,2%) e Tocantins (-5,7%).

Turismo e transporte

O índice de atividades turísticas teve uma queda de 0,7% em maio, após um crescimento de 3,2% em abril. Apesar disso, o turismo ainda está 12,4% acima dos níveis pré-pandemia. Entre os 17 locais pesquisados, Goiás, Pernambuco e São Paulo apresentaram as maiores quedas, enquanto Paraná e Rio de Janeiro tiveram os maiores avanços.

Por sua vez, o volume de transporte de passageiros cresceu 3,3% em maio, marcando a quarta alta seguida e trazendo um ganho total de 11,4%. Esse setor está 9,4% acima dos níveis anteriores à pandemia. Entretanto, o transporte de cargas sofreu uma queda de 0,5% pela segunda vez consecutiva, embora ainda se mantenha 34,4% acima dos níveis anteriores à pandemia.