
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro pela nova taxação de 50% nas exportações brasileiras, imposta pelo governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump. Lula classificou essa decisão como “inadmissível” e “desaforada”.
As declarações de Lula foram feitas durante entrevistas a emissoras de televisão, na quinta-feira, 10 de agosto. Em um comunicado, Trump se referiu ao julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga sua participação na tentativa de golpe de estado em 2023, como uma “caça às bruxas”. O presidente brasileiro respondeu criticando essa ingerência dos Estados Unidos na soberania do Brasil e a possibilidade de um líder de uma nação opinar sobre questões judiciais de outro país.
Apesar de sua indignação, Lula mencionou que está aberto a negociações para resolver a situação. No entanto, deixou claro que, se não houver um recuo por parte dos EUA até o dia 1º de agosto, o Brasil aplicará a “Lei da Reciprocidade”, garantindo que a taxação será contínua. Ele destacou a importância de respeitar a autonomia do país.
Lula também fez uma acusação direta contra Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado e filho do ex-presidente, afirmando que ele teve um papel ativo na articulação que levou à nova taxação. Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos, admitiu ter ajudado a influenciar a decisão e acredita que essa medida beneficiaria os interesses de Trump.
O presidente brasileiro contestou a justificativa econômica apresentada por Trump para a taxação, afirmando que a relação comercial entre os dois países é favorável ao Brasil, e sugeriu que Trump está mal informado. Lula reafirmou seu compromisso em buscar novos mercados para produtos brasileiros e fortalecer as relações comerciais com países do Sul Global, especialmente após encontros recentes em fóruns como o Brics e o Mercosul.
Ao ser questionado sobre um possível contato com Donald Trump durante seu mandato, Lula afirmou que não teve motivo para ligar e brincou, dizendo que um presidente não faz essas ligações a menos que haja uma razão significativa.
Nas redes sociais, a questão da taxação gerou bastante discussão. Termos como “soberania” e “traidores da pátria” se tornaram populares entre os usuários da plataforma X após o anúncio da medida.
No final da tarde do dia 10, Jair Bolsonaro comentou sobre a situação em sua conta na rede social, manifestando sua “responsabilidade” em relação à carta de Trump e expressando seu respeito e admiração pelo ex-presidente americano.