
Nesta terça-feira, 5 de setembro, dois policiais militares serão julgados por falsificação de testemunho e fraude processual no caso de Kathlen Romeu. O crime aconteceu em julho de 2021, no Complexo do Lins, na zona norte do Rio de Janeiro. Kathlen, que era designer de interiores e estava grávida de quatro meses, foi morta com um tiro de fuzil.
Para pressionar por justiça, amigos, familiares e moradores de favelas realizarão um ato antes do julgamento no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). A partir das 13h, uma auditoria militar avaliará se os policiais alteraram a cena do crime e prestaram informações falsas. É importante esclarecer que os policiais estão sendo acusados de manipulação de provas, mas não são responsabilizados diretamente pela morte de Kathlen.
O advogado da família, Rodrigo Mondego, manifestou esperanças de que os policiais sejam condenados, pois existem evidências que indicam que a cena do crime foi comprometida. Segundo ele, um vídeo mostra os agentes recolhendo as balas disparadas durante a ação, o que poderia ter sido uma tentativa de ocultar a verdade sobre o ocorrido. Um dos disparos atingiu Kathlen.
Além dos dois policiais que estão sendo julgados por essas acusações, cinco outros agentes estão envolvidos em processos relacionados à morte de Kathlen e seu bebê. Destes, dois foram denunciados por homicídio, e a expectativa é que seu julgamento ocorra ainda este ano.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que a corporação tem colaborado com as autoridades desde o incidente.
Busca por justiça
Em junho, para marcar os quatro anos da morte de Kathlen, seu pai, Luciano Gonçalves, publicou um tributo em suas redes sociais. Na ocasião, uma missa foi celebrada em memória da jovem e de seu bebê. Ele expressou seu luto e a determinação em buscar justiça ao lado de outras mães que também perderam filhos para a violência do Estado. "Hoje, a melhor forma de te homenagear foi marchando por justiça", escreveu.
Contexto do caso
Em 2021, a ação de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins resultou na morte de Kathlen. Testemunhas relataram que não havia confronto no momento do disparo, que partiu dos policiais. Ela foi atingida enquanto caminhava perto de uma área conhecida como Beco da 14. Kathlen havia deixado a comunidade um mês antes da tragédia, preocupada com a violência na região.