Direita protesta contra Moraes e ação da PF contra Bolsonaro

Na manhã de domingo, 20 de agosto, Brasília recebeu uma grande manifestação a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente americano Donald Trump. Centenas de apoiadores se reuniram no centro da capital, em um ato organizado por políticos alinhados à direita.

O evento aconteceu dois dias após Bolsonaro ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). O ex-presidente teve que usar uma tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa entre 19h e 6h, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa medida foi adotada após a Procuradoria Geral da República (PGR) alertar sobre o risco de fuga do ex-presidente, que responde por uma ação penal relacionada à tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. O julgamento está previsto para setembro.

Durante a manifestação, os apoiadores exibiram bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel. Entre os gritos mais frequentes estavam “presidente Trump, contamos com você”, “a culpa é do Lula” e “Moraes ditador”. Outro cântico que chamou atenção foi “o meu visto jamais será cassado”, fazendo referência à proibição da entrada de Alexandre de Moraes e de suas famílias e aliados nos Estados Unidos, uma medida anunciada por Trump no dia anterior.

Vários políticos marcaram presença no evento, incluindo a deputada federal Bia Kicis, a senadora Damares Alves, ex-ministra dos Direitos Humanos, e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.

Após a manifestação, Bia Kicis, que havia convocado os participantes pelas redes sociais, comunicou que o partido PL pretende recorrer ao Congresso contra a decisão de manter o recesso parlamentar. O presidente da Câmara, Hugo Motta, e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, tomaram essa decisão, que Kicis considera inadequada.

Ela destacou que tanto a Câmara quanto o Senado têm tarefas importantes a realizar e que é necessário retorno imediato ao trabalho. Kicis também defendeu Bolsonaro durante o ato, afirmando que ele não foi condenado e que a situação atual, com tornozeleira eletrônica, é “humilhante”. A deputada afirmou que o ato é um apoio não apenas a Bolsonaro e sua família, mas também ao povo brasileiro, incluindo jornalistas e parlamentares que, segundo ela, estão sendo perseguidos e presos.