
A inflação nos Estados Unidos registrou uma alta de 0,3% em junho em comparação com maio, conforme os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho. Em termos anuais, o índice acumulou um aumento de 2,7%.
Esse resultado mensal estava dentro das expectativas do mercado financeiro. Porém, a taxa anual superou ligeiramente a previsão de 2,6%. Isso gerou reações entre os investidores, especialmente em relação à política de juros do Federal Reserve, o banco central dos EUA.
### Núcleo da Inflação Estável
O núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve um aumento de 0,2% no último mês. Esse índice também ficou abaixo da estimativa de 0,3%. No acumulado de 12 meses, a variação do núcleo foi de 2,9%, em linha com as previsões.
Análises recentes indicam que a inflação está concentrada em itens específicos. Por exemplo, os preços de equipamentos de áudio subiram 2,9% e os de brinquedos aumentaram 1,8%. Em contrapartida, o preço dos veículos apresentou queda. No setor de serviços, o núcleo da inflação mostrou uma elevação mensal de 0,3%.
### Efeitos das Tarifas sobre os Preços
Uma análise realizada por um banco canadense apontou que os estoques atuais nos Estados Unidos têm ajudado a amortecer os impactos das tarifas impostas durante o governo Trump. No entanto, as previsões indicam que, conforme esses estoques se esgotarem, os preços começarão a refletir os custos adicionais, especialmente a partir do segundo semestre deste ano. Além disso, novas tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto, o que poderá intensificar esses efeitos.
### Expectativa de Corte de Juros
O relatório de inflação trouxe um resultado misto e provocou mudanças nas expectativas do mercado em relação às taxas de juros nos EUA. Dados de uma ferramenta de monitoramento indicam que a probabilidade de um corte na taxa básica de juros em setembro aumentou de 59,5% para 65,2% após a divulgação dos números. A maioria dos analistas acredita que uma redução de 25 pontos-base deve ocorrer.
Para o acumulado até dezembro, as chances de um corte total de 50 pontos-base se fortaleceram, passando de 43,4% para 44,1%. A possibilidade de um corte maior, de 75 pontos-base, também teve um aumento, chegando a 26,5%. Essas informações refletem as incertezas e as respostas do mercado financeiro às condições econômicas atuais.