Brasil, China e Índia podem enfrentar sanções por Rússia, alerta Otan

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, alertou que Brasil, China e Índia podem sofrer consequências severas devido às novas sanções contra a Rússia, que foram anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante uma reunião com senadores no Congresso dos EUA, Rutte destacou que a imposição de tarifas pode impactar significativamente esses países.

Trump anunciou que, se não houver um acordo de paz na Ucrânia nos próximos 50 dias, a Rússia enfrentará tarifas secundárias de até 100%. Além disso, o presidente dos EUA informou sobre o envio de armas sofisticadas para a Ucrânia, incluindo sistemas de defesa aérea Patriot, o que intensifica a tensão na região.

Rutte incentivou os líderes brasileiros, indianos e chineses a considerarem as implicações dessas sanções, que poderiam levá-los a contatar o presidente russo, Vladimir Putin, para incentivá-lo a levar as negociações de paz a sério. Segundo ele, as potenciais sanções poderiam ter um efeito prejudicial para essas nações.

Trump não explicou detalhadamente como funcionariam essas tarifas. O termo “tarifas secundárias” se refere, em geral, à taxação de países que fazem negócios com adversários dos EUA. Em declarações anteriores, Trump mencionou a possibilidade de impor tarifas significativas sobre países que importam petróleo da Venezuela, por exemplo.

Atualmente, cerca de 65% das importações de diesel do Brasil vêm da Rússia. Tanto a China quanto a Índia também são grandes compradoras de petróleo russo e podem ser severamente impactadas caso os EUA efetivem as tarifas contra nações que mantêm relações comerciais com Moscou.

Além das medidas ameaçadas por Trump, o Congresso dos EUA está considerando um projeto de lei que pode permitir ao presidente a imposição de tarifas de até 500% sobre países que compram produtos russos e ajudam a financiar a guerra na Ucrânia.

O senador republicano Thom Tills elogiou as ações de Trump, mas expressou preocupações sobre o prazo de 50 dias estabelecido para um acordo de paz, mencionando que Putin poderia utilizar esse período para consolidar sua posição no conflito ou aumentar seu território antes de negociar.