Trump anuncia tarifa de 30% para México e União Europeia

Na última sexta-feira, 11 de agosto, o Ibovespa, índice que mede o desempenho da Bolsa brasileira, fechou em baixa de 0,41%, atingindo 136.187,31 pontos. O volume de negociações foi de R$ 19,4 bilhões, resultando na maior queda semanal desde 2022, com um recuo total de 3,59%.

Essa queda foi amplamente influenciada pela decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, o que gerou um ambiente de aversão ao risco entre os investidores e afetou a curva de juros no país.

Apesar da queda do índice, algumas ações de grande capitalização, conhecidas como blue chips, conseguiram se destacar. A Petrobras viu suas ações ordinárias subirem 0,4% e as preferenciais 1,21%, impulsionadas pela valorização do petróleo. A Vale também apresentou crescimento de 1,3%, devido à alta do minério de ferro na China. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se PetroReconcavo (+3,51%), MRV (+3,05%) e Prio (+2,20%).

No cenário internacional, o clima de tensão nas relações comerciais aumentou com a divulgação de novas tarifas imposta pelo ex-presidente Donald Trump, que determinou uma taxa de 30% sobre importações do México e da União Europeia. Essa medida resultou na desvalorização do euro e na queda dos futuros das bolsas americanas.

Na segunda-feira, 14 de agosto, a China divulgou dados sobre sua balança comercial, mostrando uma recuperação nas importações no mês de junho, após uma forte queda em maio. Além disso, a temporada de balanços do segundo trimestre começará em Wall Street, com as grandes instituições financeiras divulgando seus resultados.

No Brasil, o presidente Lula formou um comitê interministerial para dialogar com setores da economia sobre as tarifas dos EUA. Lula também planeja se reunir com empresários para discutir estratégias em resposta a essa situação. Na mesma segunda-feira, o judiciário realizará uma audiência sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e o governo regulamentará a Lei de Reciprocidade, em sua última semana de atividades antes do recesso.

A expectativa dos analistas para a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), é negativa para o mês de maio.

Manchetes do Dia

  • As importações de bens da China cresceram 22% no semestre.
  • Novas tarifas dos EUA ameaçam crescimento das exportações brasileiras.
  • A crise tarifária prejudica o plano de candidatura presidencial de Tarcísio.
  • O protecionismo provoca redução no investimento estrangeiro em países emergentes.
  • O impasse sobre o IOF pode resultar em cortes no Orçamento.

Mercado Global

As bolsas europeias apresentaram quedas significativas, refletindo a incerteza com as tarifas impostas pelos Estados Unidos. A União Europeia está buscando negociar uma solução até 1º de agosto, mas também se prepara para adotar medidas de retaliação, se necessário.

Na Ásia, os mercados mostraram um desempenho misto. O índice Shanghai fechou em alta de 0,27%, após dados de exportações melhores que o esperado. Já o Nikkei 225, de Tóquio, caiu 0,31%, enquanto o Taiex, em Taiwan, perdeu 0,60%. Nos futuros de Nova York, a queda foi registrada, refletindo as tensões comerciais.

Entre os principais índices globais, destacam-se:

  • S&P 500 Futuro: -0,3%
  • FTSE 100: +0,4%
  • CAC 40: -0,5%
  • Nikkei 225: -0,3%
  • Hang Seng: +0,3%
  • Shanghai SE Comp.: +0,3%
  • MSCI World: -0,1%
  • MSCI EM: estável
  • Bitcoin: +2,4% a US$ 121.971,13

Commodities

O petróleo continua em alta, com a demanda da China aumentando e sanções dos EUA à Rússia em vista. O preço do Brent para setembro subiu 0,91%. O minério de ferro também fechou em alta, cotado a US$ 106,95/ton.

Cenário Internacional

Nos Estados Unidos, a semana será marcada pela divulgação de importantes indicadores econômicos, incluindo PIB do segundo trimestre e taxa de desemprego. Expectativas sobre o CPI e PPI também estão no radar, assim como discursos de membros do Federal Reserve sobre a política monetária.

No campo das negociações comerciais, o assessor econômico da Casa Branca sinalizou que Trump busca melhores condições em acordos com México e União Europeia. Com o prazo de 1º de agosto se aproximando, muitas negociações devem ocorrer.

Cenário Nacional

No Brasil, o dia começa com a publicação do Boletim Focus, que traz as projeções do mercado econômico. A crise do IOF será discutida em uma audiência de conciliação, enquanto o Congresso deve instalar uma comissão mista para lidar com medidas alternativas à alta do imposto.

Destaques no Mercado Corporativo

  • Eneva: obteve aprovação para antecipar o início de contratos de usinas termelétricas.
  • Ambipar: propondo um desdobramento de ações na proporção de uma para dez.
  • TIM: realizará leilão de ações após agrupamento de ações.
  • CSN: teve transferência interna de ações, mas sem alteração de controle.
  • Brava Energia: anunciou a emissão de R$ 3 bilhões em debêntures, com o Goldman Sachs se tornando acionista.