Minha experiência como estagiário na equipe Peugeot em São Paulo

Durante os preparativos para as 6 Horas de São Paulo, uma grande corrida do Mundial de Endurance, uma nova experiência de estágio começou. A equipe da Peugeot TotalEnergies chegou ao Brasil com cerca de 60 pessoas, e trouxe todos os equipamentos necessários, como carros, uniformes, comida e peças de reposição. Uma das principais responsabilidades desse estágio foi trabalhar com os pneus.

Antes de qualquer atividade prática, os membros da equipe participaram de um “track walk”, uma caminhada pela pista para conhecer suas características. Os pilotos, incluindo o dinamarquês Malthe Jakobsen, que estava ali pela primeira vez, se concentraram nas curvas e detalhes do asfalto, que passou por recapeamento e agora apresenta novas características. Essa análise é fundamental, pois a estratégia de troca de pneus é decidida com base nessas observações, sendo que uma corrida desse tipo pode exigir até cinco trocas de pneus.

Enquanto a equipe percorreu o traçado de 4.309 metros de Interlagos, o engenheiro-chefe Mathieu Neuville destacou que a pista é desafiadora por causa de sua topografia única e as curvas estreitas, que são diferentes das encontradas em outras etapas. Os protótipos Hypercars, como o Peugeot 9X8, precisam de ajustes especiais para se adaptarem.

Os carros da Peugeot têm um motor V6 2.6 biturbo de 680 cv e um motor elétrico dianteiro que adiciona 272 cv, utilizado acima de 150 km/h. É uma combinação que requer um gerenciamento cuidadoso da potência permitida pelo regulamento.

Após o reconhecimento da pista, foi hora dos pilotos realizarem ensaios para trocas de comando durante a corrida, um processo que envolve a saída rápida de um piloto enquanto o próximo se encaixa no carro. Esse procedimento tem que ser realizado de forma eficiente e segura, pois a corrida exige que todos os detalhes sejam bem ensaiados.

No box, as atividades foram intensas, com preparativos para reabastecimento e troca de pneus. A equipe não apenas se organizou rapidamente, mas também precisou de ajustes nas técnicas de operação, já que algumas ferramentas, como a pistola pneumática utilizada para trocar as rodas, exigiam prática e coordenação.

No fim do dia, o foco se voltou para os pneus, que foram escolhidos conforme as condições que se esperavam durante a corrida. Vários jogos de pneus foram preparados, incluindo opções para pista molhada e outras para condições mais secas. Assim, foram tomadas precauções para garantir a segurança na corrida.

Além de lichar as rodas e montar os pneus, era necessário calibrá-los com precisão. A equipe utilizou um sensor específico para monitorar a pressão e a temperatura de cada pneu, garantindo que tudo estivesse em conformidade para a competição.

No dia seguinte, durante o segundo treino livre, a tensão aumentou à medida que a equipe se preparava para um momento crucial. A comunicação entre os membros da equipe e os pilotos era constante, abordando ajustes de motor e estratégias de pista.

Os primeiros treinos indicaram que os Peugeot 9X8 estavam se destacando entre os Hypercars, mas a atenção se voltava não apenas aos carros, mas também à incerteza das condições climáticas para a corrida. As condições podem influenciar diretamente no desempenho dos pneus, e a equipe se manteve atenta a todas as variáveis enquanto se preparava para um evento emocionante nas 6 Horas de São Paulo.