Trump avisa sobre tarifas a aliados do Brics

Na última sexta-feira (4), o Ibovespa, que é o principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, atingiu um novo recorde intradiário, alcançando a marca de 141.563,85 pontos. O índice fechou o dia em alta de 0,24%, a 141.263,56 pontos, mesmo com a liquidez mais baixa no mercado, uma consequência do feriado de Independência nos Estados Unidos.

Especialistas afirmam que o bom desempenho do Ibovespa está ligado à expectativa de cortes nas taxas de juros no Brasil e à melhoria nas condições do mercado internacional. Esses fatores aumentam o apetite dos investidores para arriscar em ações. Entre os destaques do pregão, as ações da BRF subiram 3,44%, seguidas por Vibra (2,68%), MRV (2,11%) e Hapvida (1,89%).

No cenário internacional, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor tarifas adicionais a países que apoiarem as políticas do Brics, um grupo de nações emergentes. Em um post em sua rede social no domingo, ele afirmou que esses países pagarão uma tarifa de 10%, sem exceções. Essa declaração impactou a abertura dos mercados e os índices futuros na Bolsa de Valores dos Estados Unidos, o que pode gerar reações do grupo Brics ao longo do dia.

Os mercados também têm observado a aproximação do prazo para fechar acordos comerciais com os Estados Unidos, que está previsto para esta quarta-feira (9), embora haja a possibilidade de prorrogação. Trump anunciou que os novos acordos serão divulgados nesta segunda-feira (7) e também enviará entre 12 e 15 cartas a países que ainda não apresentaram propostas.

No Brasil, a 17ª Cúpula do Brics foi realizada no Rio de Janeiro neste domingo (6) e hoje, com a previsão de que o Brasil presida o grupo em 2025. O documento principal da cúpula, denominado “Declaração do Rio de Janeiro”, foi publicado e destaca a intenção de expandir o financiamento em moeda local por meio do Novo Banco de Desenvolvimento, além de promover o desenvolvimento sustentável.

A crise fiscal no Brasil teve uma pausa temporária após o Supremo Tribunal Federal (STF) suspender decretos relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e agendar uma audiência de conciliação para o próximo dia 15. Na agenda do dia, espera-se a divulgação do Boletim Focus e dados do IPCA de junho, além do IGP-DI, onde há expectativa de forte deflação.

Para o início da semana, as Bolsas da Europa devem operar majoritariamente em alta, aguardando as decisões de Trump sobre as tarifas, enquanto os índices da Ásia fecharam em queda, influenciados pela pressão no mercado dos EUA.

No que diz respeito ao mercado de commodities, o petróleo começou a semana em alta, com o Brent subindo 0,32% e o WTI valorizando 0,54%. Por outro lado, o minério de ferro apresentou queda.

No cenário internacional, as tarifas permanecem como um tema central, pois Trump está em processo de definir pesos tarifários a serem aplicados caso os acordos comerciais não sejam alcançados. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) também anunciou que irá aumentar a produção devido a expectativas econômicas mais otimistas.

No Brasil, a semana promete ser agitada, com a divulgação de dados de inflação e outras atividades que devem ajudar a moldar as expectativas para a próxima reunião sobre política monetária. O IGP-DI, divulgado pela FGV, mostrou uma queda de 1,80% em junho.

Entre as notícias corporativas, a JBS relatou ter realizado seu primeiro embarque de carne bovina para o Vietnã, enquanto a Petrobras está finalizando parcerias com empresas chinesas. A Prio anunciou um aumento na produção de óleo e o Magazine Luiza esclareceu sobre expectativas de faturamento.

Por fim, a Energisa aprovou a distribuição de dividendos e a estatal dos Correios teve a saída de seu presidente, que pediu demissão.