
O sistema CarPlay Ultra da Apple chegou com tudo, especialmente pela parceria com a Aston Martin. A ideia é revolucionar tudo que sabemos sobre os sistemas de entretenimento nos carros, substituindo os sistemas tradicionais e se integrando a todas as telas do veículo. Mas, como nome famoso gera controvérsia, muitas montadoras estão segurando o freio nessa adesão.
No ano passado, após uma demonstração animadora, 14 marcas, incluindo Acura, Audi, Ford, Honda, Mercedes-Benz, Nissan e Volvo, se mostraram super empolgadas em adotar o novo sistema. Com o passar do tempo, até a Hyundai, Kia e Genesis também entraram na dança. Porém, parece que esse entusiasmo perdeu um pouco da força.
O Financial Times revelou que gigantes como Audi, Mercedes-Benz, Polestar, Volvo e Renault já colocaram um ponto final na adesão ao CarPlay Ultra. A principal fórmula do descontentamento? O receio de que o sistema da Apple ultrapasse o que é necessário e retire a autonomia das montadoras. Um executivo da Renault, em tom bem direto, chegou a dizer: “Não tentem invadir nossos próprios sistemas.” Essa declaração capta bem o medo de perder controle no ambiente digital dos seus carros.
Enquanto algumas marcas, como Jaguar e Land Rover, ainda estão naquele “vamos ver”, outras como Ford, Nissan e Infiniti preferem ficar em silêncio. A Nissan, por exemplo, tem seus próprios desafios, como prejuízos financeiros e mudanças na sua gestão.
Esse tipo de resistência estava na cara. As montadoras veem o software embarcado como um campo de batalha estratégico, principalmente porque os serviços por assinatura estão virando uma febre. Elas querem manter a experiência do usuário totalmente sob seu controle e não deixar que outro jogue de igual pra igual no seu terreno.
Mesmo com a rejeição ao novo sistema, a Audi garantiu que o CarPlay tradicional vai continuar no catálogo. A BMW também deixou claro que a versão padrão estará presente em seus próximos lançamentos. Para algumas montadoras, a forma como lidam com seus investimentos e interagem com governos faz toda a diferença — como é o caso da Volkswagen.
De acordo com Simon Middleton da consultoria McKinsey, as montadoras de luxo estão se desafiando para se destacar em um mercado que já vive um momento de saturação. Ele afirma que o controle sobre os sistemas dos carros pode ser a peça chave nesse jogo.