Moradores de rua podem receber o Bolsa Família? Entenda

No Brasil, a realidade das ruas apresenta um desafio crescente. Dados recentes indicam que, a cada hora, 5,8 pessoas passam a viver ao relento, confrontando não só as adversidades climáticas, mas também a burocracia para acessar programas sociais como o Bolsa Família. Mas afinal, moradores de rua podem se beneficiar deste programa?

Foto de morador de rua.
Explore o acesso ao Bolsa Família por moradores de rua: barreiras, esforços governamentais e histórias de vida nas ruas do Brasil. Informe-se sobre como a busca ativa pode mudar vidas. (Foto divulgação)

Bolsa Família para moradores de rua, entenda

Para entender essa questão, é crucial destacar o papel do Cadastro Único (CadÚnico), a plataforma governamental que funciona como porta de entrada para diversas políticas de proteção social. A inclusão no CadÚnico é pré-requisito para receber o Bolsa Família, mas a realidade mostra que nem todos conseguem superar esse obstáculo.

Felipe Santos, por exemplo, encontrou-se numa encruzilhada burocrática após mudanças drásticas em sua vida. A falta de um documento simples, como um RG, tem impedido sua reinscrição no cadastro, bloqueando seu acesso ao Bolsa Família. A história de Felipe ilustra a dura realidade de muitos que, embora elegíveis, encontram barreiras quase intransponíveis.

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A busca ativa: Um esforço conjugado

A situação tem chamado a atenção de autoridades e organizações. O governo federal tem incentivado os municípios a intensificar a busca ativa, um esforço para identificar indivíduos que vivem nas ruas e incluí-los no CadÚnico. Essa estratégia é parte de um esforço mais amplo para refinar o cadastro e garantir que os recursos cheguem a quem realmente precisa.

Em São Paulo, cidade que abriga quase um quarto da população em situação de rua do país, há esforços significativos nesse sentido. Cerca de 80% dessa população já está cadastrada e recebe o Bolsa Família, segundo dados recentes da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS).

Conheça histórias de resistência

A vida nas ruas é marcada por histórias de resistência e resiliência. Sérgio Rodrigues, por exemplo, não recebe o Bolsa Família há dois anos devido à falta de documentos. Após uma vida de altos e baixos, Sérgio ainda tem esperança de uma reviravolta, sonhando em deixar as ruas e encontrar um emprego estável.

Outros, como Gucci Zara e Rodrigo Medeiros, compartilham sonhos semelhantes de reconstrução e retorno à sociedade. Apesar das adversidades, planejam deixar as ruas e o benefício, em busca de uma nova vida longe das adversidades que os cercam.

As histórias de Felipe, Sérgio, Gucci e Rodrigo são apenas algumas entre milhares que ressaltam a necessidade urgente de políticas mais eficazes e humanizadas. O estado, ao lado de organizações não governamentais e da sociedade civil, deve intensificar seus esforços para não apenas atender, mas antecipar as necessidades dessa população vulnerável, assegurando que os benefícios sociais cumpram seu papel essencial na reconstrução de vidas.

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