
Novo método natural promete facilitar a digestão de um dos pratos mais queridos do Brasil sem perder os nutrientes.
O feijão é a estrela absoluta do prato dos brasileiros, mas para muita gente, o consumo vem acompanhado de um efeito colateral desagradável: a formação de gases e o inchaço abdominal. Esse desconforto acontece por causa de alguns tipos de açúcares que o nosso corpo tem dificuldade de processar.
Recentemente, pesquisadores brasileiros focados em melhorar a alimentação no país desenvolveram uma técnica que promete resolver esse problema de vez. A inovação não envolve produtos químicos complexos, mas sim uma forma diferente de lidar com o grão desde o campo até a panela.
Essa descoberta é um alívio para quem evitava comer feijão no dia a dia por medo do mal-estar. O foco dos cientistas foi neutralizar os antinutrientes, que são os responsáveis pela fermentação excessiva no nosso sistema digestivo.
A ideia é que, com ajustes simples, o feijão se torne um alimento muito mais leve, sem perder o ferro e as proteínas que o tornam tão essencial para a nossa saúde. É a ciência trabalhando para melhorar um hábito que está no DNA do Brasil.
O melhor de tudo é que parte dessas descobertas pode ser aplicada diretamente na nossa cozinha, mudando a forma como preparamos o almoço de cada dia. Entender o que causa o incômodo é o primeiro passo para comer bem e sem preocupações.
Por que o feijão causa tanto desconforto?
O segredo por trás dos gases está em substâncias chamadas oligossacarídeos. Como o nosso estômago não possui as enzimas necessárias para quebrar esses açúcares, eles chegam inteiros ao intestino grosso, onde as bactérias fazem a festa e produzem o gás.
Além disso, o feijão contém fitatos, que podem dificultar a absorção de nutrientes importantes como o zinco e o cálcio. Por isso, a técnica desenvolvida pelos pesquisadores busca justamente “desarmar” essas substâncias antes mesmo de o prato chegar à mesa.
Muitas pessoas já fazem o tradicional remolho, mas os cientistas descobriram que o tempo e a temperatura da água influenciam diretamente na eficácia desse processo. Não é apenas deixar na água; existe um jeito certo de garantir que os compostos que causam gases sejam eliminados.
Essa pesquisa brasileira é fundamental porque o nosso feijão é diferente do consumido em outros países. Estudar as variedades que plantamos aqui garante que a solução funcione especificamente para o nosso tipo de grão, como o feijão carioca e o preto.
Comer feijão sem medo de passar mal é uma questão de qualidade de vida, permitindo que as pessoas aproveitem todos os benefícios dessa leguminosa maravilhosa sem os incômodos sociais e físicos.
A técnica inovadora no preparo e no cultivo
Os pesquisadores descobriram que a combinação de um tempo de remolho mais longo com a troca frequente da água é capaz de reduzir drasticamente a presença dos açúcares indesejados. A recomendação atualizada sugere deixar os grãos de molho por pelo menos 12 a 24 horas.
Durante esse período, é essencial trocar a água de duas a três vezes. Cada vez que você descarta a água do remolho, está jogando fora justamente os elementos que causariam a fermentação no seu intestino.
Outro ponto importante da técnica é a adição de um componente ácido ou alcalino, dependendo do objetivo, para acelerar a quebra desses compostos. Uma colher de caldo de limão ou vinagre na água do molho ajuda a potencializar a limpeza do grão.
Na parte do cultivo, os cientistas também estão selecionando variedades de feijão que já nascem com menores teores dessas substâncias. É um trabalho de melhoramento genético natural, sem transgenia, focado apenas em escolher as melhores plantas para a produção em larga escala.
Essa união entre o que acontece na fazenda e o que fazemos na cozinha é o que garante o sucesso da técnica. O resultado é um grão que cozinha mais rápido, fica mais macio e é digerido com muito mais facilidade pelo organismo.
Dicas práticas para aplicar hoje mesmo na sua cozinha
Para colocar em prática o que a ciência descobriu e dar adeus aos gases, você pode seguir um passo a passo simples. Comece lavando bem os grãos em água corrente para retirar qualquer impureza antes de iniciar o molho.
Coloque o feijão em um recipiente grande e cubra com o dobro de água. Deixe descansar na geladeira, especialmente em dias quentes, para evitar que o grão fermente antes da hora. Lembre-se de descartar toda a água do molho e nunca usá-la para o cozimento final.
Na hora de levar ao fogo, comece com uma água nova e limpa. Algumas pessoas gostam de adicionar folhas de louro ou sementes de cominho, que também possuem propriedades que auxiliam na digestão e complementam a técnica dos pesquisadores.
Seguindo essas orientações, você vai perceber que o caldo do feijão fica mais leve e o sabor do grão até melhora. É uma mudança de hábito pequena, mas que traz um benefício enorme para quem não quer abrir mão do feijão com arroz de todos os dias.
A ciência brasileira mostra mais uma vez que soluções inteligentes para problemas comuns podem estar escondidas em processos simples, valorizando a nossa cultura alimentar e cuidando da nossa saúde de forma prática e acessível.
