
Na última sexta-feira, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, registrou uma queda de 1,61%, fechando a 133.381 pontos. Esse é o menor nível de fechamento do índice desde 23 de abril. A desvalorização é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a recente tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, além de impactos de tensões diplomáticas com os Estados Unidos.
O cenário se agravou após o ex-presidente Donald Trump publicar uma carta de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) impor novas medidas restritivas. Essas ações geraram preocupação no mercado, que teme um aumento nas tarifas e a inviabilização das exportações para os EUA, afetando diretamente a economia interna.
Nesta segunda-feira, o Banco Popular da China manteve as taxas de juros em 3% para empréstimos de um ano e 3,5% para cinco anos. Com uma agenda de indicadores mais baixa, os investidores aguardam a divulgação dos balanços de grandes empresas em Nova York, como a Alphabet, Tesla e Intel. Além disso, o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na terça-feira, é esperado com cautela, dado o clima tenso nas relações com a Casa Branca.
No Brasil, a guerra comercial se intensificou ainda mais no final de semana, quando o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, revogou o visto de oito autoridades brasileiras, incluindo membros do STF. Essa ação foi interpretada como uma retaliação às medidas contra Bolsonaro, dificultando um possível acordo sobre tarifas. O presidente Lula descreveu a medida como arbitrária e sem fundamento.
No âmbito corporativo, a B3 inicia a temporada de divulgações financeiras, com empresas como Neoenergia e Usiminas reportando resultados. Além disso, os investidores estarão atentos ao Relatório de Despesas e Receitas, às Transações Correntes e ao IPCA-15, índice que mede a inflação.
Na Europa, as Bolsas enfrentam quedas devido ao impasse nas negociações entre a União Europeia e os EUA, que buscam um acordo tarifário. Na Ásia, o mercado fechou majoritariamente em alta, com destaque para Xangai e Shenzhen. No Japão, as incertezas políticas aumentaram após resultados adversos nas eleições parlamentares.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em alta, impulsionados pela expectativa de resultados positivos de grandes empresas, especialmente no setor de inteligência artificial.
Entre as commodities, o petróleo apresentou uma leve queda, enquanto o minério de ferro teve um desempenho positivo, com alta nos mercados asiáticos.
Atenções também se voltam para o Boletim Focus, que traz previsões econômicas, e para os compromissos do presidente Lula na Cúpula da Democracia no Chile, enquanto o Banco Central se prepara para discutir questões internas.
No mercado corporativo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a saída do seu presidente, João Pedro Nascimento. Além disso, a Rede D’Or está em negociações com o Fleury, e a Petrobras afirmou que não planeja retornar ao setor de distribuição por meio de novos projetos. A Neoenergia, por sua vez, firmou um contrato para vender participações minoritárias em parques eólicos à Ambev.