Mercado de capitais registra segundo melhor primeiro semestre, diz ANBIMA

O mercado de capitais brasileiro alcançou um desempenho impressionante no primeiro semestre de 2025, registrando o segundo melhor resultado histórico desde 2012, conforme dados da ANBIMA, a associação que representa as entidades financeiras e de capitais do país.

Durante os primeiros seis meses do ano, foram movimentados R$ 328,4 bilhões, o que reflete um total de 1.301 operações. Neste cenário, as debêntures, instrumentos de dívida corporativa, se destacaram como a principal modalidade, seguidas pelos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e notas comerciais.

As debêntures, que são títulos emitidos por empresas para captar recursos, totalizaram R$ 192,7 bilhões em captação, embora tenha havido uma queda de 6,8% em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar dessa redução, elas mantêm a liderança do mercado nacional.

Dentre essas debêntures, as que gozam de isenção fiscal, especialmente aquelas voltadas para projetos de infraestrutura, tiveram um desempenho notável, atingindo R$ 74,5 bilhões. Este é o maior volume já registrado para um primeiro semestre, representando 39% do total emitido.

Além disso, o prazo médio para o vencimento dessas debêntures aumentou, chegando a aproximadamente 8 anos, impulsionado pelas emissões de títulos incentivados, que costumeiramente têm maturidades mais longas.

Por outro lado, o segmento de ações tem se mostrado menos dinâmico. Apenas quatro ofertas subsequentes, conhecidas como follow-ons, foram realizadas, somando R$ 3,7 bilhões. Não houve registro de nenhuma abertura de capital (IPO) no período analisado.

No cenário internacional, empresas brasileiras também se destacaram, captando US$ 17,2 bilhões em renda fixa no exterior, o maior volume para um primeiro semestre desde 2014. Esse total já representa 86% do que foi emitido ao longo de todo o ano de 2024. As principais emissões foram realizadas por instituições financeiras e empresas, focando em papéis de longo prazo.

No mercado secundário, as negociações de debêntures superaram R$ 410 bilhões, representando um crescimento de 22,6% em relação ao ano passado. Esse montante é mais do que o dobro das emissões primárias, com um destaque especial para os papéis incentivados, que tiveram um aumento de 40,7% nas negociações.

Além disso, os FIDCs se tornaram cada vez mais relevantes no mercado de capitais, liderando as operações de securitização com R$ 40,6 bilhões captados, uma alta de 8,9% em relação a 2024. Vale destacar que a maior parte (82,2%) das operações realizadas teve um volume inferior a R$ 100 milhões, apontando para uma fragmentação nas emissões.