Câmbio: tarifas dos EUA trazem alívio para o dólar

Na última sexta-feira (11), o dólar encerrou com uma leve alta de 0,04% em relação ao real, cotado a R$ 5,55. Essa valorização da moeda americana foi impulsionada pela crescente aversão ao risco nos mercados globais, especialmente após os Estados Unidos sinalizarem a possibilidade de novas tarifas comerciais.

Durante o dia, a cotação do dólar chegou a ultrapassar os R$ 5,60, mas sofreu um recuo à tarde. Esse enfraquecimento ocorreu devido à expectativa de que as tarifas de 50% anunciadas pelos EUA sobre produtos brasileiros podem não entrar em vigor a partir de 1º de agosto, como anteriormente indicado. Essa incerteza levou os operadores do mercado a interpretarem a situação como uma oportunidade para realizar lucros e ajustar suas posições.

Uma evolução positiva nesse contexto foi a declaração do ex-presidente Donald Trump, que mencionou a possibilidade de conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um futuro próximo, embora tenha reiterado seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Essa declaração foi vista como um sinal encorajador para negociações.

### Governo brasileiro busca diálogo

O governo brasileiro, embora tenha afirmado que retaliará caso as tarifas sejam impostas, optou por não utilizar cadeia nacional de rádio e TV para abordar o tema. Fontes indicam que a administração de Lula prefere uma abordagem diplomática nas relações comerciais.

### Dólar também avança no exterior

No cenário internacional, o Dollar Index (DXY), que mede o desempenho do dólar em relação a outras seis moedas fortes, subiu cerca de 0,20%, alcançando 97,800 pontos. A moeda americana também se valorizou frente a outras moedas emergentes, notadamente com uma alta superior a 1% em relação ao rand sul-africano. Ao longo da semana, o DXY acumulou uma valorização de quase 1%.

### Risco global pressiona moedas emergentes

O fortalecimento global do dólar está atrelado ao aumento da aversão ao risco, especialmente após Trump enviar comunicados para mais de 20 parceiros comerciais, incluindo Japão, Coreia do Sul e Canadá, advertindo sobre a possibilidade de tarifas de importação a partir de 1º de agosto. Na quinta-feira (10), Trump já havia decretado tarifas de 35% sobre produtos provenientes do Canadá e anunciado notificações para a União Europeia, que demonstrou disposição para negociar, porém sem reuniões agendadas para o fim de semana.

Dentro desse contexto, o real apresentou um desempenho inferior ao de outras moedas emergentes, afetado pela instabilidade nos mercados internacionais e pela incerteza em relação às políticas comerciais dos EUA.