China atualiza regras para exportação de veículos usados

A China está apertando o cerco na exportação de carros usados com novas regras do Ministério do Comércio. A ideia é dar uma organizada no setor e dar um boost nas vendas externas, especialmente porque o mercado abriu as portas para um crescimento significativo.

Só em 2023, foram para fora do país nada menos que 275 mil veículos usados, somando quase 7 bilhões de dólares. E em 2024, esse número já pulou para mais de 436 mil unidades — um crescimento de 58,5%! Com tudo isso, as autoridades decidiram que está na hora de medidas que garantam mais transparência e segurança nas transações.

Novas Regras para a Exportação

Agora, toda vez que um carro sair da China, ele precisa passar por uma inspeção técnica realizada por uma agência que seja independente e autorizada. E tem mais: os veículos precisam atender a padrões nacionais de qualidade. Para carros de passeio, o padrão é o WM/T 8-2022, e para veículos comerciais e reboques, é o WM/T 9-2022.

Outra mudança importante é que os exportadores precisam assegurar que os veículos estejam em conformidade com as regras do país de destino. Isso inclui apresentar certificados que comprovem essa adequação. E a boa notícia é que a utilização de um sistema eletrônico de histórico de manutenção dos veículos está sendo incentivada, trazendo mais clareza para quem compra.

O Impacto no Mercado Interno

Essas novas diretrizes surgem em um momento delicado para o mercado interno chinês. A venda de “carros usados de quilometragem zero” — que são modelos registrados mas que quase não rodaram na rua — está deixando os responsáveis de cabelo em pé. Essa prática pode aliviar o estoque de modelos novos, mas também distorce os números reais de vendas.

Em abril de 2025, a China contava com cerca de 3,5 milhões de carros de passeio parados, e algumas montadoras estavam operando com menos de 50% da capacidade. Enquanto isso, marcas como a Volkswagen Tera estão se saindo bem, mostrando que nem tudo está perdido.

O Que Vem pela Frente

Diante desse cenário, o MOFCOM convocou representantes das montadoras e das plataformas de revenda para discutir maneiras de melhorar a fiscalização. A BYD, por exemplo, está investindo em inovação com o lançamento da versão Seagull Free, que garante uma autonomia de 405 km, trazendo opções mais em conta para o consumidor.

Especialistas estão otimistas: regular a exportação pode ser a chave para aliviar o excesso de estoque. A Nio, por exemplo, viu suas entregas aumentarem em junho, enquanto outras marcas, como a Xiaomi, estão acelerando a produção de SUVs elétricos.

Com essas inspeções e o incentivo à verificação dos históricos dos veículos, o governo chinês não só busca aumentar as exportações, mas também quer reconquistar a confiança do público no mercado de carros usados, tanto dentro como fora do país.

Quem sabe, em breve, a gente veja boas opções de usados por aí, com histórias claras e honestas.