Em muitos países, é comum jogar papel higiênico no vaso. Entretanto, no Brasil o costume é usar um lixo para descarte, o que causa confusão em quem vem de fora.
Ao redor do mundo, práticas relacionadas à higiene pessoal revelam grandes variações culturais, e uma delas está justamente no modo de descartar o papel higiênico após o uso. Quando os gringos veem para cá, eles sempre estranham como os banheiros têm cestinhos de lixo.
Enquanto em países como Estados Unidos, Canadá e diversas nações da Europa é absolutamente natural jogar papel higiênico no vaso sanitário, no Brasil essa prática ainda é evitada por boa parte da população. Essa diferença reflete questões técnicas, culturais e sanitárias que vão muito além do hábito em si.
Para entender o porquê dessas escolhas tão distintas, é fundamental analisar os fatores que influenciam essas decisões, sem antecipar, porém, as conclusões centrais que surgirão ao longo desta análise detalhada. Você tem alguma ideia do motivo do impedimento?

Neste artigo, você confere:
Por que há países em que é comum jogar papel higiênico no vaso?
Em primeiro lugar, a hidrossolubilidade do papel higiênico desempenha um papel fundamental nesses países. A maioria dos papéis utilizados nos Estados Unidos e Europa possui alta capacidade de desintegração em contato com a água, o que impede que restos de papel causem obstruções.
Isso ocorre porque esses produtos são formulados para se fragmentarem facilmente, facilitando sua passagem por todo o sistema de esgoto. Essa característica, aliada ao uso predominante de papel de folha simples, torna o descarte direto no vaso sanitário não apenas viável, mas seguro.
Além disso, a infraestrutura sanitária nesses países apresenta padrões superiores de construção e manutenção. As tubulações seguem normas rígidas, com diâmetros maiores e sistemas de esgoto bem planejados, que suportam grandes volumes de água e resíduos sólidos leves como o papel higiênico.
Em países como os Estados Unidos e o Canadá, os encanamentos contam com tecnologia moderna, incluindo sistemas que reduzem curvas e obstruções. Outro fator relevante é a cultura de higiene e saúde pública adotada nesses locais.
O descarte do papel higiênico no vaso é considerado mais higiênico, pois evita o acúmulo de resíduos em lixeiras abertas dentro dos banheiros. Além de reduzir o contato humano com dejetos, essa prática contribui para a eliminação de odores desagradáveis e torna o ambiente mais limpo e sanitário.
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Dá para jogar papel higiênico no vaso no Brasil?
No Brasil, a realidade é bastante diferente, começando pela composição do papel higiênico mais popular. A maioria dos produtos disponíveis no mercado nacional apresenta alta resistência à umidade, o que dificulta a sua desintegração em água corrente.
Isso significa que, ao contrário dos papéis usados no exterior, os brasileiros, principalmente os de folha dupla ou tripla, mantêm sua estrutura por mais tempo, aumentando o risco de entupimentos. Além da qualidade do papel, a própria infraestrutura de esgoto nacional representa um desafio significativo.
Muitas cidades brasileiras ainda possuem redes sanitárias antigas ou mal planejadas, com canos de diâmetro reduzido e curvas acentuadas, o que contribui para obstruções constantes. Enquanto em outros países o mínimo exigido para os canos é de 150 mm de diâmetro, no Brasil a média é 100mm.
Por fim, mesmo que o papel fosse mais hidrossolúvel e as redes de esgoto mais modernas, ainda assim o Brasil enfrentaria problemas com a destinação final dos resíduos. Estações de tratamento brasileiras muitas vezes não estão preparadas para lidar com grandes volumes de papel, mesmo que desintegrado.
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Outros itens que não devem ir para o vaso
Apesar do debate sobre o papel higiênico, há consenso absoluto sobre outros materiais que jamais devem ser descartados no vaso sanitário. Entre eles, destacam-se os lenços umedecidos, fraldas descartáveis, absorventes, cotonetes, fios dentais, cabelos, preservativos, restos de comida e areia.
Esses itens não apenas não se desfazem na água como ainda se acumulam com facilidade nas curvas dos canos, provocando entupimentos sérios e complicados de resolver. Além dos problemas estruturais, esses materiais podem gerar impactos ambientais quando atingem rios e córregos, pois não se decompõem.
Quando descartados incorretamente, eles acabam sobrecarregando as estações de tratamento e, muitas vezes, escapam para o meio ambiente. Portanto, educar a população sobre o descarte correto é uma medida urgente e essencial para preservar os sistemas urbanos de saneamento.
O que fazer se o vaso entupir?
Caso o vaso entupa, a primeira ação recomendada é usar o desentupidor tradicional. Essa ferramenta simples pode ser eficaz para resolver obstruções localizadas na própria bacia sanitária, especialmente se o problema estiver logo após o sifão.
A pressão gerada pelo movimento repetido do desentupidor muitas vezes é suficiente para desalojar o bloqueio e restabelecer o fluxo normal da água. Se o desentupidor não surtir efeito, o ideal é acionar um profissional especializado em hidráulica.
Um encanador qualificado poderá inspecionar as tubulações, identificar a origem do entupimento e aplicar soluções mais técnicas, como o uso de sondas e pressurizadores. Essa etapa é especialmente necessária quando o problema está mais profundo no sistema de esgoto.
Enquanto isso, o consumidor deve evitar o uso de substâncias químicas fortes ou objetos improvisados, que podem danificar a louça ou agravar o entupimento. O ideal é manter o vaso livre de qualquer resíduo inadequado e, sempre que possível, investir em materiais sanitários de qualidade.
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