
Reajuste para R$ 1.621 altera o cálculo de taxas, contribuições e o acesso a benefícios sociais já na primeira semana de janeiro.
A partir desta quarta-feira, 1º de janeiro de 2026, o Brasil passa a conviver com um novo patamar financeiro. O salário mínimo de R$ 1.621 não serve apenas para engordar o contracheque; ele funciona como uma engrenagem que altera desde o valor de uma causa na justiça até o quanto o microempreendedor precisa pagar mensalmente ao governo.
Embora o aumento de R$ 103 pareça tímido diante da inflação dos alimentos, ele representa a continuidade da política de valorização do trabalho. No entanto, para o cidadão comum, o aumento do mínimo também traz o reajuste de taxas e serviços que utilizam o piso nacional como base de cálculo.
Abaixo, preparamos um guia de sobrevivência para você entender onde o novo valor vai bater na sua conta bancária.
O novo custo do MEI em 2026
Para os milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs), o novo salário mínimo significa um aumento na guia mensal do DAS. Como a contribuição para a Previdência é fixada em 5% do mínimo, o valor base sobe para R$ 81,05.
Somando os impostos de serviço (ISS) e comércio (ICMS), a maioria dos MEIs passará a pagar entre R$ 82,05 e R$ 87,05. É importante que o empreendedor atualize seus orçamentos, pois a guia com vencimento em 20 de fevereiro já virá com o novo valor.
Para o MEI Caminhoneiro, o impacto é maior, já que a contribuição previdenciária é de 12%, elevando o custo mensal apenas de INSS para R$ 194,52.
Justiças e Juizados: Novos limites para processos
Você sabia que o salário mínimo define se você pode entrar com um processo de graça? Nos Juizados Especiais Cíveis (as antigas Pequenas Causas), o limite para processar alguém sem precisar de advogado é de 20 salários mínimos. Em 2026, esse teto sobe para R$ 32.420.
Já o limite total para causas nos Juizados Especiais é de 40 salários mínimos, o que agora corresponde a R$ 64.840. Se você tem uma disputa judicial pendente, o valor da causa deve ser atualizado conforme esse novo parâmetro para evitar erros processuais.
Contribuição do Empregador Doméstico e INSS Facultativo
Quem assina a carteira de uma empregada doméstica ou paga o INSS como “facultativo” (Dona de Casa ou Estudante) também terá que desembolsar mais. A alíquota de 5% para famílias de baixa renda sobe para R$ 81,05, enquanto a alíquota comum de 11% sobe para R$ 178,31.
No caso dos patrões domésticos, o recolhimento no eSocial será recalculado sobre a base de R$ 1.621 para quem recebe o piso da categoria, impactando também o valor do FGTS e da reserva para indenização compensatória.
O poder de compra em 2026
Especialistas em economia doméstica alertam que, embora o mínimo tenha subido acima da inflação, o consumidor deve ter cautela. O início de ano em 2026 vem acompanhado de reajustes em mensalidades escolares e IPTU.
A recomendação é que as famílias utilizem o excedente do reajuste para quitar dívidas de juros altos, como o cartão de crédito, que teve novas regulamentações no final de 2025. Com o mínimo em R$ 1.621, o planejamento financeiro torna-se ainda mais essencial para que o aumento não seja “engolido” por taxas e impostos que sobem na mesma proporção.
