Figuras públicas de Israel solicitam sanções contra seu país por Gaza

Nesta terça-feira, figuras públicas de Israel enviaram uma carta ao jornal The Guardian, solicitando que a comunidade internacional adote “sanções paralisantes” contra o país. O apelo ocorre em meio a crescentes denúncias sobre a situação de fome no enclave palestino de Gaza.

No documento, as personalidades pedem o fim da “campanha brutal” e a implementação de um cessar-fogo permanente. A carta foi assinada por 31 indivíduos, incluindo acadêmicos, artistas e intelectuais. Entre os signatários estão o vencedor do Oscar Yuval Abraham, o ex-procurador-geral Michael Ben-Yair e o ex-presidente do parlamento, Avraham Burg, além de ganhadores de prêmios culturais significativos em Israel.

Os signatários acusam o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de estar “matando de fome o povo de Gaza” e de considerar a remoção forçada de milhões de palestinos. O documento foi publicado após informações que indicam que a guerra em Gaza resultou na morte de mais de 60 mil palestinos.

Esse apelo ainda destaca que a preocupação internacional sobre a guerra em Gaza está crescendo, refletindo-se tanto em Israel quanto na diáspora judaica. As imagens de crianças palestinas desnutridas e relatos de tiros disparados contra palestinos em centros de distribuição de alimentos têm chamado atenção para a gravidade da crise humanitária.

Comunicando-se diretamente sobre a situação, as figuras ressaltam que “ninguém deve ser imune à fome que afeta milhares de moradores de Gaza”. Eles descrevem a situação como “terrível e mortal” e afirmam que a resposta ética à tragédia deve ser imediata.

Além disso, os signatários criticam as medidas de bloqueio que afetam o fornecimento de comida, água, remédios e energia, particularmente para crianças. Eles afirmam que essas ações são “indefensáveis” e fazem um apelo à empatia, lembrando que o amor por Israel não deve gerar indiferença em relação ao sofrimento dos mais vulneráveis.

Por fim, a carta menciona planos que contemplam a construção de uma “cidade humanitária em Gaza”. Os signatários expressam preocupação com observações feitas por um ex-primeiro-ministro sobre a situação, sugerindo que esses comentários se assemelham a propostas de “campo de concentração” e que o deslocamento forçado de palestinos pode ser considerado uma forma de “limpeza étnica”.