
Nesta segunda-feira (14), o Ibovespa, que é o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, enfrentou sua sexta queda consecutiva, fechando o dia com uma desvalorização de 0,65%, ao registrar 135.298,99 pontos. Essa situação reflete a crescente aversão ao risco no mercado, impulsionada por anúncios de tarifas dos Estados Unidos que geram incerteza. Além disso, o desempenho do Ibovespa foi afetado negativamente pelos dados do IBC-Br de maio, que apresentaram uma retração de 0,74%, abaixo das expectativas.
As chamadas “blue chips”, que são ações de grandes empresas, não conseguiram impedir a queda do índice. A mineradora Vale, por exemplo, teve uma desvalorização de 1,14%, enquanto a Petrobras teve perdas de 1,07% nas ações ordinárias (ON) e 1,32% nas ações preferenciais (PN).
No âmbito internacional, as tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estão gerando tensões comerciais que afetam o mercado. Hoje, o foco está nos dados do PIB da China, que cresceu 5,2% no segundo trimestre, um resultado que, embora mostre desaceleração, superou as expectativas do mercado.
Investidores também estão antenados em outros indicadores econômicos, como a inflação nos EUA (CPI) e a abertura da temporada de balanços das empresas de Wall Street, incluindo grandes instituições financeiras como JPMorgan, Wells Fargo, e Citi.
No Brasil, um novo decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi publicado no Diário Oficial da União, regulamentando a Lei da Reciprocidade. Essa lei permite ao Brasil adotar contramedidas comerciais, de investimentos e de propriedade intelectual contra países que impuserem medidas unilaterais ao Brasil.
Além disso, nesta terça-feira (15), será realizada uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Também estão agendadas reuniões entre empresários e um Comitê interministerial que discute propostas para negociar a tarifa de 50% sobre exportações anunciada por Trump. O Comitê pretende ouvir os setores mais afetados, começando com indústrias e o agronegócio.
### Anúncios e Tópicos em Destaque
Entre os principais tópicos do dia, há um estudo sobre a desaceleração da atividade econômica e as negociações para exceções às tarifas impostas. O governo busca maneiras de mitigar os impactos negativos dessas restrições em setores vitais da economia.
### O cenário internacional
As bolsas de valores da Europa estão estáveis, próximas da estabilidade, enquanto aguardam os resultados financeiros e dados de inflação dos EUA. Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em alta, exceto a de Xangai, que teve uma leve queda de 0,42%, reflexo da desconfiança dos investidores quanto a novos estímulos no setor imobiliário da China. O índice Nikkei 225, por sua vez, subiu 0,53%, impulsionado por ações de tecnologia e manufatura.
Nos Estados Unidos, as bolsas futuras apresentam uma movimentação mista enquanto os investidores aguardam os dados de inflação e o início da temporada de balanços.
### Commodities
No mercado de commodities, o petróleo apresentou uma leve queda, com o preço do Brent recuando 0,40%, cotado a US$ 68,93, e o WTI cedendo 0,61%, a US$ 66,57. O minério de ferro, por outro lado, teve um desempenho misto, com alta em Dalian, na China, e queda em outros mercados.
### Conclusão
Esse cenário demonstra a complexidade e as interconexões do mercado brasileiro e internacional, onde políticas comerciais, dados econômicos e decisões empresariais impactam diretamente o desempenho das ações e o ambiente econômico como um todo. As próximas reuniões e divulgações de indicadores serão cruciais para entender melhor o rumo das economias global e nacional.