BlackRock alcança recorde de US$ 12 trilhões em ativos

A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, anunciou que atingiu um novo marco ao chegar a US$ 12,53 trilhões em ativos sob gestão no segundo trimestre de 2025. Esse valor representa um aumento de 18% se comparado ao mesmo período do ano anterior. O crescimento foi impulsionado por entradas líquidas de US$ 68 bilhões e pela valorização nos mercados de ações dos Estados Unidos.

Entretanto, os investimentos nas ações da BlackRock, listadas na bolsa NYSE, caíram 5,11%, passando a ser vendidas a US$ 1.054,70. Essa desvalorização ocorreu após a empresa reportar queda nas entradas líquidas de longo prazo, que tiveram uma redução de 9,8% em relação ao ano anterior, resultando em um resgate de US$ 52 bilhões.

A desaceleração nas entradas líquidas foi notável, com um recuo de 19% em relação ao primeiro trimestre. Isso se deveu a um resgate específico de um único cliente institucional, que retirou US$ 52 bilhões de produtos com taxas menores. Apesar disso, a BlackRock acumulou US$ 152 bilhões em entradas líquidas no primeiro semestre de 2025, graças ao aumento na demanda por soluções personalizadas e ativos digitais.

Um dos itens em destaque foram os ETFs (fundos de índice) de criptomoedas da BlackRock, que apresentaram um crescimento expressivo nas entradas líquidas, subindo 366% e alcançando US$ 14 bilhões, em comparação a US$ 3 bilhões no trimestre anterior. Esses investimentos em criptomoedas representaram 16,5% do total de US$ 85 bilhões captados pela família de ETFs iShares durante o trimestre. No primeiro semestre de 2025, os ETFs de criptomoedas da BlackRock foram responsáveis por 42% dos US$ 184 bilhões em entradas em fundos globais desse setor.

Vale destacar que, apesar do crescimento nas criptomoedas, esses ativos ainda correspondem a apenas 1% da receita de longo prazo da BlackRock, que, no final de junho, chegou a US$ 40 milhões, um aumento de 18% em relação ao trimestre anterior.

Ao longo do trimestre, a BlackRock também registrou um crescimento orgânico de 6% nas taxas-base, com uma expansão anual de 7%. A área de tecnologia teve um aumento de 16%, especialmente com a plataforma integrada que conecta mercados públicos e privados. A empresa também está expandindo sua atuação internacionalmente, como demonstrado pela joint venture Jio BlackRock na Índia.

No início de julho, a BlackRock completou a aquisição da HPS Investment Partners, o que adicionou US$ 165 bilhões em ativos sob gestão, sendo US$ 118 bilhões geradores de taxas. Essa compra fortalece a posição da empresa no mercado de ativos privados, uma área estratégica para seu futuro, que inclui planos de lançar um fundo focado em mercados privados, buscando captar US$ 400 bilhões até 2030.

Os resultados financeiros mostram que o lucro líquido da BlackRock aumentou 6,5% no trimestre, chegando a US$ 1,59 bilhão, em comparação com US$ 1,49 bilhão no mesmo período de 2024. O lucro por ação ajustado foi de US$ 12,05, superando as expectativas do mercado. A receita subiu 13%, totalizando US$ 5,42 bilhões, embora tenha ficado ligeiramente abaixo da previsão que era de US$ 5,45 bilhões.

Após a divulgação desses resultados, analistas de duas corretoras destacaram a recomendação de compra das ações da BlackRock, mantendo seus preços-alvo em US$ 1.210 e US$ 1.115, respectivamente, citando o bom desempenho da empresa em áreas como tecnologia e ativos privados.

Por fim, a BlackRock anunciou uma participação de 2,43% na Dalata Hotel Group, a maior operadora hoteleira da Irlanda, que inclui 5.148.439 ações ordinárias, além de posições curtas que equivalem a 0,57% das ações da Dalata.