Preta Gil morre aos 50 anos nos EUA devido a câncer no intestino

A cantora Preta Gil faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, nos Estados Unidos, após complicações decorrentes de um câncer no intestino. A artista estava em tratamento experimental, após ter sido diagnosticada com a doença em janeiro de 2023.

Durante o tratamento no Brasil, Preta passou por uma série de intervenções, como quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia para remoção de tumores, que ocorreu em agosto de 2024. Embora tenha apresentado uma resposta inicial favorável ao tratamento, a doença progrediu e surgiram metástases em outras partes de seu corpo, levando-a a buscar novas opções de tratamento nos Estados Unidos. Enquanto estava em Nova York, ela se deslocava frequentemente para Washington para receber cuidados em um centro médico especializado.

Preta Gil era conhecida por sua carreira musical diversificada, marcada pela autenticidade e representatividade. Seu primeiro álbum, “Prêt-à-Porter”, lançado quando ela tinha 29 anos, foi um marco em sua carreira e apresentou a famosa faixa “Sinais de Fogo”, que foi escrita especialmente para ela pela cantora Ana Carolina. A capa do disco, que mostrava Preta nua, gerou muita controvérsia, e a cantora recorda-se de sua conversa com o pai, Gilberto Gil, sobre isso.

Nos anos seguintes, Preta lançou obras de destaque como o álbum “Preta” (2005), com músicas como “Muito Perigoso” e “Eu e você, você e eu”, e “Noite Preta” (2010), que resultou em uma turnê que percorreu o Brasil por sete anos. Ela também criou o “Baile da Preta”, um show que refletia seu estilo musical e seu amor pela música popular brasileira, abrangendo diversos gêneros.

Na televisão, Preta apresentou o programa “Vai e Vem”, que abordava temas de sexualidade com humor e leveza, utilizando um elevador como cenário. Seu desejo era criar um programa inteligente e divertido, sem vulgaridade. Em 2012, ela lançou o disco “Sou como Sou”, que incluiu sucessos como “Mulher Carioca” e “Relax”. Em 2017, celebrou dez anos de carreira com o DVD “Bloco da Preta”, que contou com a participação de artistas renomados como Ivete Sangalo e Anitta. Nesse mesmo ano, ela fundou um bloco carnavalesco que leva seu nome, atraindo mais de 500 mil foliões às ruas do Rio de Janeiro.

Seu último trabalho musical foi o álbum digital “Todas as Cores” (2017), que contou com colaborações de grandes nomes da música brasileira. Em 2021, gravou a música “Meu Xodó” ao lado de seu filho, Francisco Gil, com quem teve uma conexão especial durante seu tratamento.

Além da música, Preta participou de várias novelas e séries, e foi apresentadora no canal Multishow, onde comandou o programa “TVZ”. Em 2017, ela também fundou a agência Mynd, focada em marketing de influência, que contabilizou entre seus clientes artistas famosos da nova geração.

Preta sempre utilizou sua visibilidade para lutar contra questões sociais, como racismo, gordofobia e homofobia, e se tornou uma voz importante na luta por representatividade no Brasil.

Sobre sua vida pessoal, Preta era filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha e tinha dois irmãos, além de cinco meios-irmãos. Foi casada com o ator Otávio Müller, com quem teve um filho, Francisco Gil, e viveu relacionamentos com outras pessoas ao longo dos anos, incluindo Rodrigo Godoy, com quem se separou em 2023, durante seu tratamento.

A morte de Preta Gil deixa um legado significativo na música e na cultura brasileira, marcando uma geração com sua arte e suas lutas.