Stellantis pode diminuir produção de carros a combustão por multas

Após muito chororô dos fabricantes, o Parlamento da União Europeia decidiu dar um gás extra para as montadoras se adaptarem às novas regras de emissões que já estão em vigor. Isso mesmo! Ao invés de terem que se adequar à meta de 93,6 g de CO₂ por quilômetro rodado já neste ano, elas vão ter um prazo maior para atingir essa média entre 2025 e 2027.

Mas mesmo com essa folga, a Stellantis, que é um gigante do setor automotivo, ainda está com o coração na mão. O seu líder na Europa, Jean-Philippe Imparato, não escondeu a preocupação e mencionou que o grupo pode acabar levando uma multa salgada de até € 2,5 bilhões, cerca de R$ 16 bilhões, se não conseguir manter as emissões dentro do limite. Se as regras permanecerem iguais, essa conta pode chegar bem rápido, nos próximos dois ou três anos.

Imparato deixou claro: ou acelera a produção de elétricos como nunca, ou pode ser forçado a cortar os carros a combustão e até fechar fábricas. E é algo que, sinceramente, dá um frio na barriga.

### A Corrida Contra o Tempo

A partir de 2030, a situação vai ficar ainda mais intensa. A média permitida de emissões vai cair pela metade, de 93,6 g/km para 49,5 g/km. E cinco anos depois, em 2035, a Europa pretende ter a meta de zero emissões por quilômetro. Isso significa que as montadoras vão ter que deixar de vender carros a combustão novos. Veículos com combustíveis sintéticos ainda podem entrar no jogo, mas existem muitas dúvidas se isso vai se tornar viável.

### Stellantis Não Está Sozinha

O Imparato não é o único a trazer essa preocupação. Luca de Meo, que foi CEO da Renault, comentou que as multas podem atingir a assustadora cifra de 15 bilhões de euros para toda a indústria europeia. Enquanto isso, o grupo VW também andava prevendo uma multa de 1,5 bilhão de euros caso não conseguisse cumprir as metas de 2025.

As montadoras estão entre a cruz e a espada. Se optarem por limitar a produção de veículos a combustão para se encaixar nas regras de emissões, podem perder vendas. Mas se apostarem todas as fichas nos elétricos, ainda com margens de lucro apertadas (e muitas vezes até prejuízos), a situação vai continuar complicada.

### O Desafio dos Elétricos Chineses

E como se não bastasse, as montadoras estão enfrentando a pressão dos elétricos chineses, que estão entrando no mercado europeu com preços bem mais em conta. O desafio é imenso, e o tempo para fazer as mudanças necessárias é limitado. Afinal, quem já pegou trânsito pesado sabe a importância de ter um carro que responda bem e traga conforto. Agora imagina essa pressão no setor automotivo!