
Alguns apps recheados de malwares acabaram de chegar em usuários brasileiros, se espalhando como verdadeiros vírus.
Malwares são softwares maliciosos criados com o objetivo de comprometer a segurança de dispositivos eletrônicos, como smartphones, computadores e tablets. Eles operam de forma silenciosa e muitas vezes se disfarçam de aplicativos ou arquivos legítimos, explorando brechas no sistema.
Essas ações incluem roubo de dados, sequestro de informações, espionagem digital e exibição de anúncios fraudulentos. Em um mundo cada vez mais conectado, a presença de malwares coloca em risco tanto a privacidade pessoal quanto a integridade de redes corporativas inteiras.
A facilidade de acesso à internet, aliada ao hábito de instalar novos aplicativos sem a devida verificação, cria um ambiente propício para a disseminação dessas ameaças. Por isso, compreender como esses vírus digitais atuam e quais danos podem causar tornou-se uma prioridade urgente para qualquer usuário.
Neste artigo, você confere:
Apps com vírus chegam ao Brasil
Nos últimos meses, o Brasil enfrentou um aumento expressivo na disseminação de aplicativos com vírus, especialmente aqueles disponíveis em lojas oficiais como a Google Play Store. Relatórios recentes revelaram que o país ocupa o topo do ranking global de uploads desses apps.
Está superando até mesmo potências tecnológicas como Estados Unidos e Coreia do Sul. Essa liderança preocupante foi identificada por especialistas do IAS Threat Lab, da empresa Integral Ad Science, que analisaram o comportamento dessas ameaças digitais.
O relatório não apenas apontou a alta incidência, mas também destacou o impacto negativo sobre a segurança digital dos usuários brasileiros. Esses aplicativos infectados adotam uma aparência inofensiva, simulando funções úteis como leitores de QR code, ferramentas de tradução, papéis de parede, etc.
Por trás da interface amigável, escondem códigos maliciosos prontos para capturar dados e exibir anúncios fraudulentos. O número de downloads ultrapassou a marca de 56 milhões, o que evidencia a popularidade desses apps e o sucesso das estratégias de engano utilizadas pelos desenvolvedores.
A maioria dessas plataformas foi lançada no segundo semestre de 2024, o que reforça o caráter recente e acelerado da ameaça. Esse crescimento vertiginoso exige que os usuários redobrem a atenção antes de instalar novos programas em seus dispositivos móveis.
Embora venham de fontes consideradas seguras, muitos desses apps passam despercebidos pelas verificações automáticas das lojas. Além disso, os cibercriminosos responsáveis por sua criação empregam técnicas sofisticadas para evitar a detecção.
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Como os apps com vírus funcionam?
O funcionamento dos aplicativos infectados segue um modelo elaborado, conhecido no meio digital como “Vapor”. Essa estratégia utiliza aplicativos falsos, projetados para sistemas Android, que exibem vídeos publicitários em tela cheia de forma contínua e extremamente invasiva.
Além de afetar a usabilidade do aparelho, os anúncios redirecionam os usuários para sites de phishing, onde informações pessoais, bancárias e de login são solicitadas de maneira disfarçada. Ao clicar em notificações ou alertas falsos, as vítimas entregam dados sensíveis sem perceber.
Esses apps ainda possuem outra característica que dificulta a detecção: muitos oferecem alguma funcionalidade básica, o que reforça sua aparência legítima. Mesmo com uma interface simples, eles utilizam permissões indevidas para sobrepor janelas, exibir propagandas e interferir em outros apps.
Isso acontece sem necessidade de autorizações explícitas, o que escapa aos olhos menos atentos. Com isso, os golpistas conseguem burlar barreiras do sistema operacional e aumentar significativamente o alcance dos anúncios maliciosos.
Quais riscos eles apresentam na prática?
Os aplicativos com vírus representam sérios riscos para a privacidade e a segurança digital dos usuários. Muitos coletam dados sigilosos, como senhas, números de cartões de crédito, localização geográfica e histórico de navegação.
Essa coleta ocorre por meio de permissões exageradas ou de acessos silenciosos a áreas restritas do sistema. Uma vez em posse dessas informações, os criminosos podem executar fraudes financeiras, se apropriar de contas pessoais ou até vender os dados em mercados clandestinos.
Outro risco evidente é o redirecionamento para páginas falsas que simulam plataformas bancárias ou redes sociais conhecidas. Nesses ambientes manipulados, os usuários inserem seus dados sem desconfiar do golpe, facilitando o roubo de identidade digital.
A pesquisa identificou 331 aplicativos envolvidos nesse tipo de operação e, preocupantemente, 15 deles ainda estavam disponíveis na Google Play Store na primeira semana de março de 2025. Isso demonstra a agilidade dos criadores de vírus e as limitações das plataformas oficiais em manter um ambiente seguro.
Além dos danos financeiros, o uso desses aplicativos pode comprometer a integridade do dispositivo, tornando-o mais lento, instável ou até inutilizável. Ao invadir o sistema, os vírus afetam não só o desempenho, mas também a confiabilidade dos dados armazenados.
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Como se proteger dos vírus?
- Verifique a reputação do desenvolvedor e leia atentamente as avaliações e comentários de outros usuários antes de instalar qualquer aplicativo novo.
- Evite conceder permissões excessivas, principalmente aquelas que solicitam acesso a dados como localização, contatos, câmera ou microfone sem justificativa clara.
- Mantenha o sistema operacional e os apps atualizados para corrigir falhas de segurança e evitar vulnerabilidades que podem ser exploradas por vírus.
- Utilize um antivírus confiável, preferencialmente de empresas reconhecidas, e configure-o para realizar varreduras automáticas regulares.
- Desconfie de promessas milagrosas, como aplicativos que oferecem funcionalidades exageradas, ganhos fáceis ou experiências muito além do esperado para apps gratuitos.
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