
A Justiça não atendeu ao pedido de Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, que havia solicitado a transferência para uma cela separada. Ele permaneceu preso na Central de Recebimento e Triagem (CRT) de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, após ser acusado de agredir violentamente sua namorada, Juliana Garcia dos Santos Soares, de 35 anos. No ataque, ocorrido no dia 26 de agosto, Igor desferiu 61 socos em Juliana, deixando-a com várias fraturas pelo rosto.
Os advogados de Igor argumentaram que ele estava recebendo ameaças de facções criminosas e que suas informações pessoais haviam sido divulgadas na internet, colocando sua vida em risco. No entanto, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP) esclareceu que não é prática comum atender a pedidos para celas individuais, exceto em casos específicos que envolvam segurança ou sanções disciplinares. O órgão destacou que atualmente, Igor está em uma cela de seguro, que abriga um número menor de detentos, e que seu status na unidade segue o protocolo habitual para novos prisioneiros.
Em relação à transfêrencia para outra unidade, a SEAP não estipulou um prazo. A política de separação de detentos considera fatores como o comportamento do preso, sua relação com grupos criminosos e os riscos à integridade física de cada um.
A agressão ocorreu dentro de um elevador em um condomínio em Natal. De acordo com informações, a briga começou após Igor encontrar uma mensagem no celular de Juliana, que resultou na destruição do aparelho. A vítima foi detida por vizinhos, que chamaram a polícia após ouvirem os gritos de socorro.
Juliana foi diagnosticada com fraturas no nariz, na mandíbula, ao redor do globo ocular, na bochecha e no maxilar. Ela estava programada para passar por uma cirurgia de reconstrução facial, mas o procedimento teve que ser adiado devido ao intenso inchaço em sua face.
Igor está sendo indiciado por tentativa de feminicídio e a situação mobiliza entidades de defesa dos direitos das mulheres, que pedem punições severas ao acusado. O caso gera preocupação e reforça a necessidade de combate à violência contra mulheres no país.