
A arrecadação federal de impostos no Brasil atingiu R$ 234,59 bilhões em junho, com um crescimento real de 6,62% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Este resultado é destacado como o melhor para o mês de junho desde que os registros começaram a ser feitos.
Quando desconsideramos a inflação, a alta na arrecadação foi de 12,33% em relação a junho de 2024. Um dos principais fatores para esse aumento foi o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que, após um ajuste nas alíquotas por decreto presidencial em maio, arrecadou R$ 8 bilhões no mês. Esse montante representa um crescimento de 38,8% em relação aos R$ 5,7 bilhões do mês de junho do ano passado.
A Receita Federal informou que as operações de saída de moeda estrangeira e os créditos direcionados a empresas foram os principais responsáveis por esse aumento na arrecadação do IOF. Vale ressaltar que a nova alíquota vigorou até 27 de junho, quando foi revogada pelo Congresso, mas parte do aumento foi restabelecida em 16 de julho após uma decisão do Supremo Tribunal Federal.
No primeiro semestre de 2025, a arrecadação totalizou R$ 1,425 trilhão, marcando um crescimento real de 4,38% em relação ao mesmo período de 2024. Este também é o maior valor já registrado para esse intervalo na série histórica.
As receitas administradas diretamente pela Receita Federal somaram R$ 226,6 bilhões em junho, com um crescimento real de 7,28%. No acumulado do ano, essas receitas alcançaram R$ 1,36 trilhão, um aumento real de 5%. A Receita disse que, ao contrário de 2024, quando eventos específicos afetaram a arrecadação, não houve fatores atípicos em junho deste ano.
Enquanto isso, a receita de outros órgãos federais, como royalties do petróleo, foi de R$ 7,9 bilhões, apresentando uma queda real de 9,09%. No semestre, essas receitas somaram R$ 60,7 bilhões, uma perda real de 8,6%.
Além do IOF, a Receita Federal destacou outros tributos que também mostraram crescimento, como o Imposto de Renda Retido na Fonte sobre Capital, influenciado pela taxa Selic em níveis elevados, o que aumentou a rentabilidade de fundos de renda fixa. Também houve melhora nas arrecadações de PIS e Cofins, especialmente relacionadas a importações e ao desempenho de instituições financeiras.
O Imposto de Importação e o IPI, vinculado às importações, tiveram um aumento, apoiado pela valorização do câmbio e pelo aumento das alíquotas desses tributos.
No entanto, as desonerações tributárias resultaram em uma perda de R$ 10 bilhões para os cofres públicos em junho, um valor que representa uma leve queda em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, as desonerações totalizaram R$ 60,7 bilhões, R$ 1,4 bilhão a menos do que no primeiro semestre de 2024.
As principais desonerações no ano incluem: R$ 8,4 bilhões referentes à folha de salários, R$ 936 milhões para lucro presumido, R$ 726 milhões para entidades beneficentes, e R$ 347 milhões cada para transporte coletivo e cesta básica. O restante das desonerações somou outros R$ 50 bilhões.