
Em junho de 2025, o mercado de fundos de investimento no Brasil atingiu um patrimônio líquido de R$ 9,9 trilhões, representando um crescimento de 9,2% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, segundo informações da Anbima, entidade que representa o setor financeiro. Atualmente, existem mais de 40 milhões de contas ativas em um total de 32.521 fundos, geridos por 1.059 gestoras.
Apesar do aumento no patrimônio, a captação líquida, que considera quanto foi investido menos quanto foi retirado, teve uma queda significativa, registrando R$ 37,8 bilhões em retiradas no acumulado dos últimos 12 meses. Os fundos de Ações foram os mais afetados, com saídas líquidas totalizando R$ 43,6 bilhões. Os fundos Multimercados também enfrentaram perdas, com resgates líquidos de R$ 8,9 bilhões. Além disso, a classe de Previdência viu sair R$ 9,6 bilhões, enquanto os fundos Cambiais tiveram a menor retirada, com R$ 200 milhões.
Por outro lado, os fundos de Renda Fixa se destacaram com uma captação líquida positiva, recebendo R$ 59,4 bilhões. Outros tipos de fundos que também apresentaram saldo positivo foram:
– FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios): R$ 20,8 bilhões
– FIP (Fundos de Investimento em Participações): R$ 9,9 bilhões
– ETF (Fundos de Índice): R$ 4,4 bilhões
– FIAGRO (Fundos do Agronegócio): R$ 40 milhões
No que diz respeito aos investidores, o setor público apareceu como o principal responsável pelas entradas de recursos no mercado de fundos, com um total de R$ 38,3 bilhões entre janeiro e maio de 2025. Em contrapartida, os investidores institucionais, pessoas jurídicas e pessoas físicas experimentaram perdas acumuladas de R$ 95,9 bilhões nesse mesmo período.
Em relação aos fundos de Renda Fixa, embora tenha havido um crescimento de 11,1% em seu patrimônio, que alcançou R$ 4 trilhões, os fundos que investem em crédito privado enfrentaram resgates líquidos de R$ 12,6 bilhões entre janeiro e maio. Mesmo assim, esses fundos continuam representando 13% do total do patrimônio da indústria.
Por fim, conforme divulgado pela Anbima, 82% dos fundos de investimento já se adaptaram ou estão em processo de adaptação à nova norma 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que traz atualizações importantes para a regulamentação do setor. Ademais, 62% desses fundos relataram que têm autorização para investir em ativos no exterior.