
Diplomacia Brasileira em 2025: Marcas, Desafios e Aberturas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, em coletiva com jornalistas no dia 18 de dezembro, os avanços da política externa brasileira. Segundo ele, o país conquistou respeito nas arenas internacionais, sendo palco de importantes eventos, incluindo a Cúpula do Brics e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que atraiu delegações de alto nível de várias partes do mundo.
Lula percorreu pelo menos 20 países ao longo do ano, participando de reuniões internacionais como o G7 no Canadá e o G20 na África do Sul. Na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, teve um breve encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que foi visto como um sinal de melhora nas relações bilaterais.
Contudo, a diplomacia brasileira enfrentou desafios significativos, particularmente com a imposição, pelo governo Trump, de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Essa decisão foi considerada uma resposta a assuntos políticos internos e provocou uma crise nas relações comerciais. A reação do governo brasileiro foi considerada cautelosa, com esforços em abrir novos mercados. Desde o início da gestão Lula, o Brasil alcançou a marca de 500 novos mercados abertos em 80 países, uma iniciativa que, segundo autoridades, poderia compensar os efeitos negativos das tarifas.
O encontro entre Lula e Trump em Kuala Lumpur, em outubro, marca um ponto de virada nas relações. Durante uma conversa, Lula apresentou evidências sobre as vantagens comerciais que o Brasil oferece aos Estados Unidos, solicitando a retirada das tarifas. O resultado foi a revogação dessas tarifas em novembro, trazendo alívio ao setor agrícola e a outros produtos brasileiros.
O apoio à criação de um Estado palestino e a condenação da guerra em Gaza foram temas abordados por Lula em suas intervenções. A situação na Palestina levou o Brasil a se retirar da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto e a tomar uma postura crítica em relação ao governo israelense.
Além disso, a diplomacia brasileira também se viu envolvida na precariedade das relações com a Venezuela. Lula sugeriu a necessidade de diálogo para evitar conflitos armados na região, prometendo atuar como intermediário. Apesar de elogios à paz, a postura do governo foi criticada por não ser suficientemente firme diante da crescente militarização dos Estados Unidos nas proximidades da Venezuela.
Em termos de eventos multilaterais, o Brasil recebeu líderes mundiais em várias conferências, destacando a COP30, que gerou o "Pacote de Belém", um conjunto de medidas em favor do clima e do desenvolvimento sustentável.
A relação com o comércio exterior é um ponto central na estratégia de Lula. O governo liberou R$ 30 bilhões em crédito para enfrentar os impactos das tarifas. Ao longo do ano, o Itamaraty, junto com os ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Econômico, trabalhou para abrir mercados, visando aumentar a competitividade dos produtos nacionais.
As visitas de líderes internacionais e as viagens de Lula sublinham a importância da diplomacia e do comércio para o Brasil. Ao longo de 2025, ele se encontrou com diversos presidentes, reforçando parcerias na América do Sul e além, buscando um papel de liderança no cenário internacional.
Em resumo, 2025 foi um ano de intensa atividade diplomática e comercial para o Brasil, marcado por avanço em políticas de abertura de mercado, desafios nas relações com os Estados Unidos e a luta por justiça e paz em cenários internacionais complexos.

