Renda comprovada: as novas regras do financiamento imobiliário sem carteira assinada

Bancos e fintechs estão flexibilizando as regras para comprovação de renda para autônomos e MEIs.

O sonho da casa própria sempre foi mais complicado para trabalhadores autônomos, Microempreendedores Individuais (MEIs) e profissionais liberais. A falta de um holerite (contracheque) fixo dificultava a comprovação de renda exigida pelos bancos. No entanto, o mercado imobiliário está se adaptando à nova realidade do trabalho, e as regras para financiamento estão se tornando mais flexíveis em 2026.

As novas diretrizes bancárias buscam acolher essa parcela crescente da força de trabalho, oferecendo alternativas sólidas para comprovar a capacidade de pagamento.

Alternativas de comprovação de renda

Para quem não tem carteira assinada, os bancos agora aceitam uma combinação de documentos que provam a estabilidade financeira ao longo do tempo:

  1. Extratos bancários: São o principal comprovante. Os bancos analisam os últimos três a seis meses de extratos (pessoa física e jurídica) para verificar o fluxo de caixa consistente. A regularidade dos depósitos e pagamentos substitui o holerite.
  2. Declaração de Imposto de Renda (IRPF): A Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física é um documento robusto que resume a receita anual do profissional.
  3. Contrato de prestação de serviços: Para profissionais liberais e autônomos com contratos longos, a apresentação desses documentos ajuda a demonstrar a fonte de renda contínua.
  4. Decore (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos): Um documento emitido por contador registrado que atesta a renda líquida do autônomo.

Dicas para autônomos e MEIs

  • Organização: Mantenha um único canal para recebimento de rendas. Quanto mais desorganizados forem os depósitos, mais difícil será para o banco calcular uma renda média.
  • Antecipação: Organize a documentação com, pelo menos, seis meses de antecedência ao pedido de financiamento.

Essas mudanças abrem um leque de oportunidades, especialmente em programas como o Minha Casa Minha Vida (MCMV), que já possui faixas de renda específicas para autônomos, facilitando o acesso ao crédito com juros menores.