Presidente da Federação Árabe-Palestina fala sobre Gaza

Nesta quarta-feira, dia 20, o governo de Israel anunciou a mobilização de 60 mil reservistas para uma ofensiva que tem como alvo a Cidade de Gaza. Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal), comentou sobre a situação na região, destacando que os ataques têm causado um alto número de vítimas entre mulheres e crianças. Ele descreveu essa ação como uma tentativa de “colapsar a capacidade reprodutiva” da população palestina.

Rabá apontou dados alarmantes sobre a situação em Gaza. O número de nascimentos na região caiu 41% em comparação com o ano passado, com apenas 17 mil crianças registradas no primeiro semestre deste ano, contra 29 mil no mesmo período de 2022. Ele também enfatizou o aumento na mortalidade de gestantes, que cresceu 20 vezes nos hospitais de Gaza.

O presidente da Fepal acredita que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem como objetivo a destruição de Gaza, seguida da sua ocupação. Um exemplo disso é um plano recente do ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, que promove a construção de 3,4 mil casas na Cisjordânia, isolando ainda mais os palestinos de Jerusalém Oriental.

Rabá advertiu que esses eventos podem ser vistos como parte de um genocídio. Ele explica que a estratégia atual tem o intuito de reduzir o território disponível para os palestinos a apenas 15%, enquanto se iniciam as obras de colonização na Faixa de Gaza, especialmente no norte da região. Ele ainda destacou a situação crítica em campos de refugiados na Cisjordânia, como Jenin, Tulcarém e Nablus, onde milhares de pessoas foram deslocadas e muitas casas destruídas.

Quanto às relações comerciais entre Israel e o Brasil, Rabah defende que o país deveria rever sua posição. Ele sugere que o Brasil não deve mais “importar a ideologia de Israel” e precisa embargar a exportação de petróleo para a nação israelense. Segundo ele, as empresas que atuam na exploração de petróleo no Brasil não podem continuar a fornecer recursos para a “máquina de guerra” de Israel.

Rabah argumenta que Israel não tem relevância econômica significativa para o Brasil, representando apenas 0,2% das exportações. Ele afirma que as relações comerciais com países do mundo árabe, como Irã e Arábia Saudita, têm mostrado resultados mais positivos e poderiam contribuir para um superávit bilionário.

Esses pontos abordam a gravidade da situação em Gaza e as implicações das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com Israel, destacando a necessidade de uma postura mais crítica e ativa do governo brasileiro frente ao conflito.