Petróleo sobe com Opep+ e maior ajuste desde abril

Os preços do petróleo aumentaram nesta segunda-feira, 7 de agosto, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, conhecida como Opep+, anunciar um aumento significativo na produção. O grupo decidiu elevar a produção em 548 mil barris por dia a partir de agosto, uma quantia maior do que as aumentos anteriores de 411 mil barris por dia nos últimos três meses. Este é o maior volume liberado desde que o grupo começou a reverter cortes que tinham como objetivo sustentar os preços durante a pandemia e a baixa demanda.

Analistas apontam que essa decisão é uma resposta a preocupações com a oferta limitada e expectativas de que a demanda por petróleo aumente nos meses seguintes. Essa ação também foi vista como uma forma de atender aos pedidos de países como os Estados Unidos, que desejam controlar os preços da gasolina. A Opep+ defende que o aumento é justificado pela situação dos estoques globais, que estão em níveis baixos, e uma perspectiva de estabilidade econômica.

Apesar do aumento na oferta, o mercado reagiu com um aumento nos preços. Por volta das 12h, o barril de petróleo Brent, com entrega em setembro, subiu 1,17%, atingindo US$ 69,10 na Bolsa Intercontinental de Londres. O petróleo WTI, que será negociado em agosto, também teve alta, avançando 1,50% e chegando a US$ 67,49 na Bolsa de Nova York.

Além disso, a Arábia Saudita, um dos principais membros da Opep+, elevou o preço do petróleo tipo Arab Light para a Ásia, alcançando seu nível mais alto em quatro meses. Essa decisão é interpretada como um sinal de confiança na demanda pela commodity.

A Opep+ já está em processo de reversão dos cortes de 2,17 milhões de barris por dia, impostos anteriormente para lidar com os efeitos da pandemia. O aumento de agosto marca um passo importante nesse processo, que começou com um aumento de 138 mil barris por dia em abril. Está previsto que, em setembro, um novo aumento de 550 mil barris finalize essa reviravolta.

Outro detalhe importante é a reconfiguração das cotas, que inclui um aumento de 300 mil barris por dia na produção dos Emirados Árabes Unidos, refletindo melhor sua capacidade de produção. Os oito países que participaram dos cortes — Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã, Iraque, Cazaquistão e Argélia — devem ter suas cotas totalmente restauradas até setembro.

Essa ação da Opep+ acontece em um contexto geopolítico em que há pressão externa, especialmente por parte dos Estados Unidos, para aumentar a produção e reduzir os custos da gasolina. A reversão dos cortes também busca recuperar a participação de mercado, que tem sido afetada por produtores fora da aliança, principalmente americanos.