
Jacqueline Muniz, professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi alvo de ameaças enquanto estava em um restaurante no Humaitá, zona sul do Rio de Janeiro, no último sábado (1º). Ela foi fotografada sem seu consentimento e a imagem foi compartilhada nas redes sociais, acompanhada de comentários que incitavam à violência física.
Recentemente, Jacqueline se destacou como uma das principais especialistas a comentar sobre a Operação Contenção, que ocorreu na terça-feira (28) e resultou em uma chacina no Rio de Janeiro, com mais de 120 mortes. Sua análise crítica da operação gerou reações agressivas nas redes sociais. No domingo (2), a UFF publicou uma nota em apoio à professora, manifestando preocupação com os ataques e as mensagens de ódio que ela recebeu.
Uma internauta conhecida como Vanda Mascitelli publicou em seu perfil: “Acabo de ter o desprazer de encontrar esse ser humano aqui na Cobal do Humaitá”, e o post gerou comentários hostis como “Dá uma pedrada nela kk”, que foram posteriormente excluídos. A autora da postagem se defendeu, afirmando que suas palavras eram apenas uma piada e que nunca agrediria alguém fisicamente, apenas discordava das ideias de Jacqueline.
A professora usou suas redes sociais para pedir apoio e afirmou que essas publicações agressivas foram incentivadas por alguns deputados federais ligados ao antigo governo, como Nikolas Ferreira, Delegado Palumbo e Gustavo Gayer. Em um artigo publicado no dia 29, ela criticou o uso excessivo de operações policiais, alertando sobre a exaustão da capacidade das polícias de manter a ordem.
Em sua nota, a UFF reafirmou sua solidariedade à professora, destacando a importância de suas pesquisas na formulação de políticas públicas sobre segurança. A universidade enfatizou que Jacqueline tem desempenhado um papel valioso no debate democrático sobre questões sensíveis da sociedade e que sua atuação é uma demonstração legítima de liberdade acadêmica e pensamento crítico, essenciais para um ambiente universitário saudável e para o funcionamento da democracia.

