Justiça paraguaia segue com julgamento da cunhada do barão da droga

A Justiça do Paraguai decidiu que Roseli Messias da Silva, cunhada do narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, conhecido como “Barão da Droga”, será julgada por lavagem de dinheiro e associação criminosa. As acusações contra Roseli estão ligadas à operação Pavo Real, que investiga o patrimônio de Pavão e suas ligações com o tráfico de drogas.

Roseli é viúva de Rony Chimenes Pavão, irmão de Jarvis, que foi assassinado em março de 2017 em Ponta Porã. Ela se encontra entre os réus da operação, que foi desencadeada em 2023 e também inclui outros membros da família Pavão, como mãe, filhos e esposa.

Uma das principais alegações contra Roseli é que ela teria atuado como “testa de ferro” na Fazenda Iglesita, localizada em Bella Vista Norte, perto da fronteira com Mato Grosso do Sul. O imóvel é suspeito de ser utilizado para lavagem de dinheiro arrecadado com o tráfico de drogas por meio de operações fictícias envolvendo a criação e venda de gado.

A defesa de Roseli entrou com um recurso na Câmara de Apelação Especializada em Delitos Econômicos e Corrupção, alegando nulidade no processo e solicitando o arquivamento do caso. Os advogados afirmam que a Fazenda Iglesita foi adquirida por Roseli há mais de 20 anos, antes das ligações dela com o tráfico. No entanto, esse recurso foi negado pelo juiz Osmar Legal, que é especializado em crimes organizados.

A Operação Pavo Real, conduzida pelo Ministério Público paraguaio, é uma investigação ampla que já resultou no confisco de pelo menos 30 propriedades registradas em nomes de laranjas. A operação ocorreu em quatro fases, sendo duas no Brasil e duas no Paraguai, e começou após a apreensão de anotações nas celas de Jarvis Pavão e de seu filho, Luan Chimenes Nascimento, que mencionavam várias propriedades em diferentes regiões do Paraguai, incluindo na capital, Assunção.

Jarvis Chimenes Pavão foi extraditado para o Brasil em dezembro de 2017, após cumprir pena no Paraguai. Ele está atualmente na Penitenciária Federal em Brasília, onde cumpre uma sentença de 96 anos por diversos crimes. Enquanto isso, Roseli continua presa e aguardando seu julgamento.