economize até 20% de cimento na sua obra com essa dica

Economizar cimento na construção da sua casa é uma estratégia inteligente para manter um orçamento saudável. Contudo, é importante entender que essa economia não significa usar menos cimento do que o necessário. O objetivo é utilizar a quantidade exata e de maneira correta, sempre buscando evitar o desperdício.

Qualquer decisão sobre materiais e métodos de construção deve ser tomada com a orientação de um engenheiro responsável pela obra. Este texto é um guia para ajudá-lo a discutir com seu profissional e identificar as reais oportunidades de economia, que surgem a partir do planejamento e da execução correta.

### O papel do projeto estrutural na economia de cimento

O projeto estrutural é fundamental para garantir uma utilização eficiente do cimento. Nele, o engenheiro calcula a carga que cada pilar, viga e laje deve suportar, definindo a resistência necessária para o concreto em diferentes áreas da casa.

Seguir o projeto à risca é essencial para evitar um erro comum conhecido como “superdosagem”. Essa prática acontece quando se usa um concreto mais forte por questão de segurança, mas que muitas vezes é desnecessária. Isso resulta em desperdício de cimento e aumento dos custos. Um projeto bem elaborado garante a segurança, utilizando a quantidade certa de material.

### O que é o “traço” do concreto e como ele evita o desperdício?

O “traço do concreto” é a proporção exata entre cimento, areia, brita e água, ou seja, a “receita” da mistura. Respeitar essa proporção é vital para garantir que a mistura tenha a resistência desejada sem desperdícios.

No canteiro de obras, utilizar caixas medidoras para dosar os materiais é uma prática recomendada, pois padroniza a mistura. O método de dosagem por pás é impreciso e pode resultar em um consumo de cimento até 10% maior, sem trazer benefícios reais em termos de qualidade ou segurança.

### A escolha dos blocos pode realmente reduzir o consumo de cimento?

Sim, a escolha dos blocos influencia diretamente o consumo de argamassa. Optar por blocos de concreto ou cerâmicos de alta qualidade e com dimensões uniformes permite juntas mais finas. Isso, por sua vez, diminui a necessidade de um reboco espesso, que teria a função de corrigir imperfeições.

Sistemas de construção como a alvenaria estrutural, em que o bloco também serve como pilar, podem reduzir a necessidade de vigas e pilares de concreto. Essa abordagem pode levar a uma economia significativa no consumo total de cimento.

### Quais são as principais fontes de desperdício no canteiro de obras?

O desperdício em obras mal geridas pode ultrapassar 20% do cimento comprado. Entre os principais fatores estão o armazenamento inadequado, o preparo e o transporte da argamassa.

Cimentos expostos à umidade se empedram e se perdem, enquanto argamassa que cai durante o transporte resulta em prejuízos. Preparar uma quantidade de mistura maior do que a necessária também gera perdas, pois o material poderá endurecer antes do uso.

### Como o armazenamento e o preparo corretos impactam no bolso?

Soluções simples podem ajudar a resolver esses problemas e envolvem uma boa organização no canteiro. O cimento deve ser armazenado em local coberto e ventilado, sobre paletes de madeira e longe de paredes úmidas. Cada saco de cimento, que custa entre R$ 35 e R$ 50, deve ser considerado um investimento.

Na hora do preparo, a argamassa deve ser misturada em um lugar limpo e o mais próximo possível do ponto de uso. Fazer isso em quantidades menores e com mais frequência ajuda a garantir que todo o material seja utilizado antes de endurecer, evitando perdas.

### A “cura” do concreto ajuda a economizar?

Sim, mas de maneira indireta. A cura é o processo de manter o concreto úmido nos primeiros dias após a concretagem, o que é vital para que as reações químicas do cimento sejam concluídas e a estrutura atinja a resistência desejada.

Negligenciar a cura pode não economizar cimento, pelo contrário: isso pode resultar em uma estrutura fraca, exigindo reparos futuros que geram custos consideráveis. Cuidar da cura é fundamental para garantir que o investimento feito no cimento tenha um retorno adequado.