
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, registrou sua sétima queda consecutiva nesta terça-feira, 14 de outubro. O índice fechou com uma leve desvalorização de 0,04%, alcançando 135.250 pontos. Essa sequência negativa é reflexo da cautela dos investidores, especialmente com a audiência que ocorreu entre o governo e o Congresso sobre a possibilidade de elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mediada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, os investidores estão acompanhando com atenção uma nova investigação comercial aberta pelos Estados Unidos contra o Brasil, que pode impactar ainda mais o mercado. Na noite de segunda-feira, o ex-presidente Donald Trump anunciou a abertura de uma investigação sobre práticas comerciais consideradas "injustas" por parte do Brasil. De acordo com o Escritório do Representante Comercial dos EUA, a investigação se baseia na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite ações contra práticas comerciais prejudiciais.
O USTR (United States Trade Representative) alegou que, ao longo de décadas, o Brasil tem adotado práticas que restringem o acesso de exportadores americanos ao mercado brasileiro, embora não tenha apresentado provas concretas para apoiar essas alegações. A medida ocorre após a recente imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras. As áreas de investigação incluem comércio digital, serviços de pagamento eletrônico e práticas de combate à corrupção.
Em resposta a essa situação, o governo brasileiro busca alternativas para negociar essas tarifas, visando evitar prejuízos ao comércio exterior. Durante reuniões com o vice-presidente Geraldo Alckmin, representantes da indústria e do agronegócio pediram adiamentos e espaços para negociações antes de definirem contramedidas, com expectativa de resolução até o final de julho.
Enquanto isso, novas pesquisas de popularidade indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um aumento em sua aprovação, que passou de 40% para 43%, reduzindo a diferença entre aprovação e desaprovação de 17 para 10 pontos percentuais. Atualmente, 53% das pessoas desaprovam sua gestão.
Manchetes do dia incluem:
- Governo brasileiro quer reabrir diálogo sobre tarifas e pode solicitar mais tempo.
- Receita Federal planeja fiscalizar atividades relacionadas a apostas e imóveis, além de analisar prejuízos fiscais.
- Pedro Alvim, da Genial/Quaest, reporta aumento na popularidade de Lula após as tarifas de Trump.
- EUA mencionam preocupações com o sistema de pagamentos Pix e o combate à pirataria como parte da investigação.
- Lula deve vetar proposta que aumenta o número de deputados na Câmara, com prazo que se encerra hoje.
Análise do Mercado Global:
As bolsas de valores europeias apresentaram comportamentos variados nesta manhã, com algumas em queda e outras em alta, após a divulgação de dados sobre a balança comercial. O índice Stoxx 600 e o CAC 40, de Paris, mostraram desvalorização, enquanto outros índices operaram com alta modesta.
Na Ásia, a maioria dos mercados fechou em baixa, mas sem grandes movimentos, exceto pela bolsa de Taiwan, que subiu 0,91%. Em Nova York, os índices futuros mostraram comportamento misto, com o Dow Jones futuro sendo o único em alta, refletindo reações aos dados de inflação que foram divulgados recentemente.
Commodities:
Os preços do petróleo registraram queda devido a preocupações sobre o consumo na China. O petróleo Brent, para setembro, caiu 0,32%, enquanto o WTI, para agosto, caiu 0,39%. Por outro lado, o minério de ferro teve alta em Dalian, na China, e seus contratos futuros subiram levemente.
Cenário Nacional:
No âmbito nacional, a discussão em torno das tarifas e do IOF segue como foco entre os investidores e analistas, e o ambiente político e fiscal continua a ser monitorado bem de perto.
Destaques do Mercado Corporativo:
- A Transpetro, subsidiária da Petrobras, terá que pagar R$ 24,5 milhões devido a um vazamento de petróleo em 2015.
- Os investidores da GPA elevam sua participação acionária para 17,7%.
- O BRB contratou assessoria financeira e jurídica para um novo projeto.
- O Citi reduziu o preço-alvo das ações da Rumo para R$ 19,50, ante R$ 20,00.
- A Eneva anunciou um aumento de 120% em sua geração de energia.
- A Aura Minerals confirmou uma oferta inicial de ações na Nasdaq, levantando US$ 200 milhões.