
O golpe do boleto tem ganhado grande destaque no país nos últimos anos, já que ele consegue fazer vítimas que dificilmente notam que são pegas.
A cada hora, quase 8 mil brasileiros se tornam vítimas de fraudes virtuais, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Essa estatística reflete uma realidade preocupante e generalizada, que atravessa classes sociais, idades e níveis de instrução.
Embora muitos brasileiros tenham conhecimento sobre golpes online, as táticas sofisticadas aplicadas pelos criminosos continuam surpreendendo até usuários experientes. Pesquisas recentes mostram que cerca de 40% da população já foi alvo de tentativa de golpe, e aproximadamente 10% caíram.
Além disso, 24% dos brasileiros com mais de 16 anos relataram perdas financeiras causadas por fraudes digitais. Entre os diversos esquemas em circulação, o golpe do boleto se destaca pela facilidade com que os fraudadores manipulam documentos e desviam pagamentos sem levantar suspeitas imediatas.
Neste artigo, você confere:
Como o golpe do boleto funciona?
O golpe do boleto começa geralmente com a interceptação de e-mails contendo faturas ou boletos em formato PDF, especialmente aqueles relacionados a contas recorrentes, como energia elétrica, internet ou telefonia.
Os golpistas acessam as caixas de entrada das vítimas após vazamentos de dados e examinam as mensagens em busca de cobranças legítimas. Utilizando softwares como o Reboleto, eles editam os documentos, substituindo os dados bancários reais pelos de contas fraudulentas.
Em muitos casos, os criminosos utilizam técnicas avançadas de edição, como o uso de inteligência artificial, tornando a falsificação praticamente imperceptível aos olhos do consumidor comum. Após a adulteração, os boletos ou QR Codes modificados são mantidos na caixa de entrada da vítima.
Ao efetuar o pagamento, a vítima acredita estar quitando a conta original, quando, na verdade, envia o dinheiro diretamente a contas laranja vinculadas ao esquema criminoso. A ausência de sinais visíveis de invasão nos dispositivos utilizados contribui para o sucesso do golpe e dificulta sua detecção.
Quais as formas mais comuns de aplicação do golpe?
- Alteração do QR Code do Pix: O QR Code legítimo é substituído por outro vinculado à conta do fraudador, desviando instantaneamente o pagamento.
- Modificação do código de barras do boleto: O número do código de barras é editado, de forma que o valor pago vá para outra conta bancária, sem alertas imediatos ao usuário.
- Uso de ferramentas como Reboleto: Softwares especializados revalidam boletos vencidos e permitem alterações em documentos PDF, mantendo a aparência do original.
Essas estratégias são eficazes porque exploram a rotina do usuário, que frequentemente paga contas com pressa, sem verificar todos os dados. Ao focar em boletos de confiança e valores esperados, os criminosos aumentam as chances de sucesso sem levantar suspeitas.
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Como identificar e se proteger do golpe do boleto?
Diante da sofisticação crescente do golpe do boleto, adotar medidas preventivas se tornou essencial para evitar prejuízos. Veja cinco práticas eficazes:
- Verifique os dados do destinatário antes do pagamento: Confirme se o nome do favorecido e o CNPJ correspondem ao da empresa original. Bancos digitais e aplicativos de pagamento exibem essas informações claramente.
- Desconfie de alterações em boletos habituais: Caso o layout, o vencimento ou o valor do boleto pareça diferente do padrão, entre em contato com a empresa emissora antes de pagar.
- Use o Débito Direto Autorizado (DDA): Essa função exibe todos os boletos emitidos para o seu CPF no internet banking, facilitando a conferência com as contas recebidas por e-mail.
- Evite abrir boletos em redes públicas ou dispositivos compartilhados: Sempre utilize redes seguras e ative a autenticação em dois fatores para proteger seus acessos.
- Prefira acessar boletos diretamente pelo site da empresa: Evite confiar apenas no que chega por e-mail. Quando possível, gere a segunda via diretamente no portal oficial da prestadora de serviço.
Essas práticas ajudam a reduzir significativamente o risco de cair em fraudes, mesmo diante de golpes cada vez mais avançados.
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O que fazer se for vítima do golpe do boleto?
Caso identifique que caiu no golpe do boleto, o primeiro passo é agir rapidamente. Notifique imediatamente o banco pelo qual o pagamento foi realizado e solicite o bloqueio ou o estorno da transação.
Embora o sucesso da reversão dependa da rapidez com que o golpe for percebido, algumas instituições conseguem interceptar valores antes do saque pelo fraudador. Registre também um boletim de ocorrência detalhado, pois isso será essencial para possíveis investigações e procedimentos judiciais.
Além disso, informe a empresa verdadeira que deveria ter recebido o pagamento, explicando o ocorrido e apresentando os comprovantes. Muitas prestadoras já estão familiarizadas com esse tipo de fraude e orientam os consumidores sobre como regularizar a situação sem gerar novas cobranças indevidas.
Por fim, revise todas as suas medidas de segurança digital. Altere senhas, ative a verificação em dois fatores e verifique quais dispositivos estão conectados às suas contas. Caso identifique atividades suspeitas, desconecte sessões desconhecidas e reforce os protocolos de proteção.
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