Lagarta ameaça pastagens no Pantanal e causa prejuízos

Lagartas Causam Prejuízos em Pastagens na Nhecolândia, Pantanal

A presença de lagartas tem se intensificado nas pastagens da Nhecolândia, região do Pantanal em Mato Grosso do Sul, resultando em grandes prejuízos para os produtores rurais. A infestação já dura dois anos e tem transformado áreas verdes em pastagem seca rapidamente, levando os agricultores a tomarem medidas emergenciais, como o uso de inseticidas.

As lagartas, em especial as espécies curuquerê-dos-capinzais e lagarta-militar, estão se alimentando avidamente dos brotos das gramíneas. Avaliações indicam que os danos podem ocorrer em questão de dias, levando os produtores a agir rapidamente para proteger suas propriedades. O produtor Evaldo Furrer Júnior relatou que, em alguns casos, foi necessário utilizar aviões para a aplicação dos inseticidas, uma solução muitas vezes usada para salvar a colheita.

Outro produtor, Pantaleão Flores, notou um aumento na gravidade da infestação desde o primeiro ano. Ele trabalhou na região por mais de 20 anos e afirmou nunca ter visto uma praga desse tipo. A seca prolongada, segundo ele, tem facilitado a propagação das lagartas. Ele menciona que a chuva forte é a única maneira segura de eliminar as pragas, uma vez que as lacunas de água fraca na vegetação não são suficientes para controlá-las. Adicionalmente, Pantaleão ressaltou que, sem o devido controle, as lagartas podem retornar a áreas que já foram tratadas.

A especialista da Embrapa, Fabrícia Zimermann, destacou que o fenômeno se tornou preocupante, com muitos casos de infestações recorrentes nas mesmas áreas, além de resistência a inseticidas. Ela observou que o momento da aplicação é crucial: se o controle ocorrer quando as lagartas já estiverem grandes, o estrago no campo já poderá estar feito, mesmo que o veneno funcione.

Dentre os fatores que favorecem a proliferação das lagartas estão o calor intenso e a falta de chuva. Muitas vezes, práticas comuns de cultivo, como a adição de nitrogênio após as chuvas, podem desequilibrar a nutrição das plantas e, assim, favorecer ainda mais as pragas.

Para combater a infestação, é recomendado que os produtores fiquem atentos ao momento de controle, seja com métodos químicos ou biológicos. A aplicação de insumos biológicos deve ser feita quando as lagartas ainda são pequenas, pois, nesse estágio, elas estão mais suscetíveis. Se o controle for postergado, as lagartas podem se transformar em mariposas e reiniciar o ciclo.

O monitoramento constante é um ponto importante, e as armadilhas adesivas podem ser uma ferramenta útil para identificar a chegada da praga. A presença de mariposas, que costumam voar durante a noite, pode ser monitorada através dessas armadilhas, permitindo que os produtores ajam rapidamente ao detectar a infestação.

A especialista reiterou que a eficácia no manejo das lagartas está diretamente ligada à antecipação do controle, de modo a prevenir a perda de pastagem e, consequentemente, prejuízos financeiros para os produtores.