Por que o Banco do Brasil pediu perdão à população negra

Comunicado do Banco do Brasil, divulgado no último sábado (18), admitindo e pedindo perdão pela contribuição indireta na escravidão brasileira, vai de encontro ao feriado nacional que acontece nesta segunda-feira (20), em que se celebra o Dia da Consciência Negra. Acompanhe a leitura a seguir e entenda mais detalhes sobre a declaração e as novas medidas em pauta pela instituição para fomentar a inclusão.

Comunicado do Banco do Brasil, divulgado no último sábado (18), admitindo e pedindo perdão pela contribuição indireta na escravidão brasileira, vai de encontro ao feriado nacional que acontece nesta segunda-feira (20), em que se celebra o Dia da Consciência Negra. Acompanhe a leitura a seguir e entenda mais detalhes sobre a declaração e as novas medidas em pauta pela instituição para fomentar a inclusão.
Por que o Banco do Brasil pediu perdão à população negra. — Foto: Reprodução

Declaração de consciência

No último sábado (18), o Banco do Brasil emitiu um pedido formal de perdão à comunidade negra pelo envolvimento de gestões passadas da instituição no processo de escravidão no século XIX.

O comunicado da atual presidente, Tarciana Medeiros, foi divulgado no site da empresa. Acompanhe a leitura, logo abaixo, e entenda mais detalhes sobre a impactante declaração da instituição.

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Primeira presidente negra da história mostra nova realidade do Banco do Brasil

Fundado em 1808, o BB, pela primeira vez em sua história, tem uma mulher negra, Tarciana Medeiros, à frente da presidência.

Na nota, a presidente expressa que “direta ou indiretamente, toda a sociedade brasileira deveria pedir desculpas ao povo negro por algum tipo de participação naquele momento triste da história [escravidão].”

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, afirmou que, neste contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país.

O BB não se furta a aprofundar o conhecimento e encarar a real história das versões anteriores da empresa.

O BB na história da escravidão brasileira

Em setembro, o Ministério Público Federal iniciou um inquérito para investigar a relação do banco com o tráfico de pessoas negras escravizadas no século XIX. Na ocasião, o órgão solicitou um posicionamento do banco sobre o assunto.

Historiadores apontam que a instituição se beneficiou da arrecadação de impostos sobre embarcações dedicadas ao tráfico de pessoas escravizadas. Destacam ainda que o capital para a formação do banco provinha da economia da época, centrada na escravidão e no comércio negreiro.

Em novembro, o Banco do Brasil recebeu um estudo elaborado por 14 pesquisadores de universidades brasileiras e americanas, indicando seu envolvimento no comércio de negros escravizados durante o século XIX.

Os pesquisadores apontaram “vínculos diretos entre traficantes e o capital diretamente investido em ações do Banco do Brasil.”

Iniciativas de inclusão em resposta ao passado negativo

O pedido de desculpas do Banco do Brasil coincide com o anúncio de uma série de medidas destinadas a promover a igualdade e a inclusão étnico-racial, bem como a combater o racismo estrutural no país.

A instituição espera que essas medidas tenham impacto positivo em sua relação com clientes, funcionários, fornecedores e a sociedade como um todo.

A presidente do Banco do Brasil ressalta que a diversidade em sua base contribui significativamente para a inclusão financeira e a geração de trabalho e renda, especialmente para pretos e pardos.

Tarciana Medeiros enfatiza que, para a instituição, boas práticas podem ser construídas por meio de diálogo aberto com movimentos negros e outras instituições públicas e privadas.

As sequelas da escravidão convocam todos os atores sociais contemporâneos a agir para a promoção da igualdade étnico-racial, contribuindo por meio de ações concretas.

O Banco do Brasil, classificado como sociedade de economia mista, tem 50% de participação acionária do governo federal. É considerado um dos cinco bancos públicos federais ao lado da Caixa Econômica Federal, do BNDES, do Banco da Amazônia (Basa) e do Banco do Nordeste (BNB).

Ações de inclusão do Banco do Brasil

O Banco do Brasil anunciou diversas ações para promover a inclusão racial e combater o racismo estrutural:

  • Fomento ao mercado de trabalho para o povo negro: Inclusão de cláusula nos contratos com fornecedores, a partir de novas licitações, promovendo diversidade, equidade e inclusão nos quadros de pessoal das empresas;
  • Parceria com Programa Menor Aprendiz: Encaminhamento de jovens que participaram do programa Menor Aprendiz do BB para o mercado de trabalho;
  • Edital de empoderamento socioeconômico de mulheres negras: Parceria entre o BB e o Ministério da Igualdade Racial para apoiar organizações sociais e empreendimentos econômicos solidários de mulheres negras;
  • MBM Inovahack: Participação no evento do Movimento Black Money, visando promover a inclusão financeira e econômica da população negra por meio de soluções tecnológicas inovadoras;
  • Programa “Raça é Prioridade”: Seleção e desenvolvimento de até 150 funcionários pretos e pardos do Banco do Brasil para atuarem como líderes na empresa;
  • Workshop sobre diversidade, equidade e inclusão: Realização de workshop com estatais e fornecedores do banco.

O Banco do Brasil criou um site para acompanhar as novas medidas anunciadas, reforçando seu compromisso com a construção de um futuro mais diverso, inclusivo, equitativo e justo. A página eletrônica trará atualizações sobre as ações promovidas pela instituição.

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