O preço da magreza! Tomar fluoxetina para perder peso; entenda os riscos

Magreza a qualquer custo! Pessoas que buscam novos meios milagrosos para perder peso estão usando o medicamento Fluoxetina para comer menos e, consequentemente emagrecer, no entanto o remédio não foi desenvolvimento para tais fins, e seu uso de forma ‘auto medicável’ pode trazer riscos à saúde da pessoa. Saiba mais detalhes sobre o uso da Fluoxetina logo abaixo.

O preço da magreza! Tomar fluoxetina para perder peso; entenda os riscos
Remédio Fluoxetina foi criado para tratar ansiedade e depressão, e não obesidade. | Foto: Reprodução / Freepik

O alvo da vez

Dúvidas sobre a possível relação entre o uso da fluoxetina e a perda de peso levaram esses termos a aparecerem frequentemente juntos nos itens pesquisados sobre o medicamento no Google. De acordo com a bula da fluoxetina, um medicamento recomendado para tratar depressão e outros transtornos, a diminuição de peso é uma reação prevista. No entanto, é importante destacar que a fluoxetina não é um medicamento destinado ao tratamento da obesidade ou do emagrecimento, embora seja relatada a perda de peso em até 20% dos pacientes como efeito colateral.

A fluoxetina pertence ao grupo dos antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS ou SSRIs, na sigla em inglês). Seu mecanismo de ação envolve o aumento dos níveis de serotonina no cérebro, o que resulta em uma melhoria nos sintomas de depressão e ansiedade. A serotonina é um neurotransmissor associado a diversas funções no organismo, como a regulação do humor, controle do apetite, sono e funções cognitivas.

A fluoxetina é indicada para pacientes que sofrem de depressão, com ou sem ansiedade, bulimia nervosa, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), incluindo tensão pré-menstrual (TPM), irritabilidade e disforia (mal-estar provocado pela ansiedade).

Alguns dos efeitos colaterais mais comuns da fluoxetina incluem dores de cabeça, náuseas, sonolência, diarreia, tremores, fotossensibilidade e perda de apetite.

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Médicos recomendam que pacientes tenham cautela ao usar medicamento que não foi feito para ajudar a emagrecer. Foto: divulgação

Fluoxetina não faz milagre

A relação entre a fluoxetina e a perda de peso não é universal, e muitos pacientes não experimentam uma perda significativa de peso ao usar o medicamento. Essa perda de peso pode ser mais notável em pacientes com comportamentos alimentares disfuncionais, transtornos de compulsão alimentar, impulsividade alimentar e que usam a comida como uma forma de lidar com a ansiedade.

Em entrevista ao g1, a psiquiatra Anny de Mattos Barroso Maciel, especialista em transtornos alimentares pela Universidade de São Paulo (USP), afirma que a perda de peso associada ao uso da fluoxetina pode ocorrer porque o medicamento reduz a impulsividade e proporciona uma sensação maior de autocontrole nos pacientes.

Já Lívia Lugarinho, diretora do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), destaca que a fluoxetina não é aprovada para promover uma perda de peso expressiva, como acontece com medicamentos específicos para tratar a obesidade, como sibutramina, orlistat, cloridrato de lorcasserina, liraglutida e semaglutida.

Remédio é usado para problemas endócrinos

A fluoxetina é indicada para o tratamento de bulimia nervosa e transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) com benefícios endócrinos indiretos, pois, ao tratar esses transtornos, pode contribuir para a redução do excesso de peso em pacientes com essas condições.

No entanto, é importante ressaltar que a fluoxetina é um medicamento controlado e só deve ser utilizada sob prescrição médica. Seu uso deve ser realizado de forma racional, seguindo as orientações e acompanhamento médico adequado. A dosagem precisa ser cuidadosamente avaliada, especialmente em pacientes com outras condições de saúde, gestantes, lactantes e aqueles que utilizam medicamentos que possam interagir com a fluoxetina.

Por fim, é fundamental lembrar que a fluoxetina não causa dependência e que sua retirada deve ser gradual, sob a supervisão médica, para evitar efeitos colaterais indesejados.

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