A evolução do aparelho dental: De capacete à tênue invisibilidade

A busca por um sorriso perfeito vai muito além apenas da questão estética: fatores como a funcionalidade e a autoestima de uma pessoa são bastante decisivos na escolha do tipo de tratamento para o alinhamento dos dentes.

Afinal de contas, o tempo de uso, o valor a ser gasto com o aparelho, o conforto e até mesmo a aparência do modelo utilizado se tornaram requisitos para optar por este ou aquele tipo de procedimento.

Entretanto, o poder de escolha e as facilidades contemporâneas nem sempre estiveram ao alcance dos pacientes.

Os primeiros aparelhos ortodônticos

Datado de 1728, o primeiro aparelho registrado na história e reconhecido pela classe ortodôntica foi criado pelo cirurgião-dentista francês Pierre Fauchard, e era conhecido pelo nome “bandeau”.

O que mais parecia com uma ferradura consistia em uma faixa modelada em formato de arco, que era colocada sobre a cabeça do paciente com o objetivo de expandir e alinhar a arcada dentária, ao passo que acabava com os famosos dentes encavalados.

Ainda no século 18, também foram criadas cadeiras próprias e confortáveis para o atendimento em consultórios, o que é considerado uma revolução para a época.

Em 1819, esse aparelho foi atualizado pelas mãos do também francês Gaston Delebarre, que para movimentar os dentes, introduziu o fio metálico que conhecemos nos aparelhos fixos ortodonticos dos dias de hoje.

Pouco tempo depois, em 1841, surgia o termo “ortodontia” para designar a atividade de alinhamento dos dentes pelo francês Joachim Lefoulon.

Um modelo móvel foi projetado em 1886 pelo cirurgião-dentista norte-americano Norman Kingsley, cujo objetivo era controlar o desenvolvimento ósseo.

4 anos depois, outro norte-americano, Edward Hartley Angle, inventou seu primeiro aparelho chamado Arco E, em que arcos de aço pesado que envolviam os dentes eram presos em dois arcos maiores de metal, posteriormente parafusados nos primeiros molares.

Após vários estudos que categorizam imperfeições na arcada dentária, o cirurgião dentista criou os braquetes, que são peças essenciais para o aparelho ortodôntico, que foi aprimorado para uso nos dias atuais.

Hoje, os aparelhos fixos têm sua base em fios, bandas e braquetes, além das borrachinhas coloridas, além de opções com materiais brancos ou transparentes feitos de porcelana, policarbonato ou safira, que viabilizam um aparelho quase imperceptível. 

Já o primeiro aparelho invisível foi criado em 1997 pelo californiano Zia Chisti, mas chegou ao mercado somente a partir dos anos 2000.

Como a tecnologia influencia essa evolução

Atualmente, a tecnologia possibilita que os aparelhos ortodônticos sejam invisíveis e móveis, além de personalizados de acordo com o mais adequado para cada situação.

Sem falar da possibilidade que o paciente tem de visualizar a projeção dos resultados finais logo na primeira consulta. Que avanço!

Além disso, essa previsibilidade permite saber quando o tratamento vai terminar – o que, no geral, dura poucos meses – e, consequentemente, possibilita valores mais reduzidos.

Ainda hoje existem casos que demandam o uso dos aparelhos fixos metálicos, a depender do tratamento que será indicado pelo dentista. Mas há outros tipos de cuidados que o aparelho invisível já é capaz de resolver.

Por: Leonardo Aquino